segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Tecnologias Assistivas

>








TECNOLOGIA
ASSISTIVA NAS
ESCOLAS




Recursos básicos de
acessibilidade sócio-digital
para pessoas com deficiência













Realização
Instituto de Tecnologia Social (ITS Brasil)
Microsoft | Educação

í

n

d

i

c

e



Apresentação ........................................................................................................................ 5
O papel social da Tecnologia Assistiva .............................................................................. 6

Capítulo 1 – Deficiência e acessibilidade ........................................................................... 9
1.1 – Acessibilidade e desenho universal ....................................................................... 10
1.2 – Tecnologia Assistiva como instrumento de acessibilidade e inclusão ..................... 11
1.3 – Comunicação alternativa ...................................................................................... 11
1.4 – Sobre deficiência e autismo .................................................................................. 13
a) Deficiência física ............................................................................................... 13
b) Deficiência auditiva ........................................................................................... 15
c) Deficiência visual ............................................................................................... 15
d) Deficiência mental (intelectual) ......................................................................... 15
e) Deficiência múltipla ........................................................................................... 17
f) Autismo ............................................................................................................. 18

Capítulo 2 – O computador no contexto educacional .................................................... 21
2.1 – Artigo: Tecnologia Assistiva em ambiente computacional ..................................... 25
2.2 – Softwares especiais de acessibilidade: categorias e exemplos ............................... 39
a) Simuladores de teclado (teclados virtuais) ......................................................... 39
b) Simuladores de mouse ...................................................................................... 40
c) Ampliadores de tela .......................................................................................... 42
d) Leitores de tela ................................................................................................. 42
e) Softwares para comunicação alternativa ........................................................... 43
f) Preditores de texto ............................................................................................. 44
g) Softwares mistos ............................................................................................... 44
h) Holos – Sistema educacional ............................................................................. 45

Capítulo 3 – Sugestões para as escolas ............................................................................ 46
3.1 – Estimulação sensorial ............................................................................................ 46
3.2 – Lazer e recreação .................................................................................................. 48
3.3 – Comunicação alternativa ...................................................................................... 50
3.4 – Facilitadores de preensão ...................................................................................... 52
3.5 – Recursos pedagógicos ........................................................................................... 53
3.6 – Atividades de vida diária (AVD) ............................................................................. 54
3.7 – Informática ........................................................................................................... 55
3.8 – Mobiliário ............................................................................................................. 55
3.9 – Transporte escolar ................................................................................................. 56

Realização e parcerias ....................................................................................................... 58

Referências bibliográficas ................................................................................................. 60


4



Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008



















O papel
social da
Tecnologia
Assistiva
>











Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008

apresentação



“Deficiente” é aquele que não consegue modificar sua

vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da

sociedade em que vive, sem ter consciência de que é

dono do seu destino.

“Louco” é quem não procura ser feliz com o que possui.

“Cego” é aquele que não vê seu próximo morrer de frio,

de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros

problemas e pequenas dores.

“Surdo” é aquele que não tem tempo de ouvir um

desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois

está sempre apressado para o trabalho e quer garantir

seus tostões no fim do mês.

“Mudo” é aquele que não consegue falar o que sente e

se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

“Paralítico” é quem não consegue andar na direção

daqueles que precisam de sua ajuda.

“Diabético” é quem não consegue ser doce.

“Anão” é quem não sabe deixar o amor crescer.


Renata Vilella


5

apresentação


A Organização Mundial de Saúde
(OMS) estima que existam, no mun-
do inteiro, mais de 600 milhões de





condições de acesso – para todos os cida-
dãos, com ou sem deficiência – aos serviços
coletivos de saúde, educação, trabalho, lo-

pessoas com deficiência, ou seja, 10% da
população global. No Brasil, 24,6 milhões de
pessoas têm algum tipo de deficiência, de
acordo com o Censo de 2000, realizado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-
ca (IBGE). Já o número de idosos ultrapassa
16 milhões de pessoas e deve dobrar em 20
anos, o que tornará o Brasil o sexto país em
população idosa do mundo. Essas estatísti-
cas nos ajudam a compreender o tamanho
do desafio envolvido na construção de uma
sociedade inclusiva, que pressupõe o respei-
to às diferenças, a valorização da diversida-
de humana e a garantia do acesso universal
aos direitos, sem barreiras ou limitações de
natureza socioeconômica, cultural ou em
razão de alguma deficiência.
As pessoas com deficiência, majoritaria-
mente excluídas dos espaços públicos, das
escolas, do mercado de trabalho, da convi-
vência em sociedade, representam uma par-
te importante desse debate. Por muito tem-
po, predominou a visão da deficiência como
um problema individual, transferindo à pes-
soa a responsabilidade de “mudar” ou
“adaptar-se” para viver em sociedade. A par-
tir da década de 1960, essa visão começou
a ser questionada e, pouco a pouco, a defi-
ciência passou a ser entendida a partir da
interação das pessoas com o contexto em
que vivem. No modelo inclusivo, fundamen-
tado nessa visão, cabe à sociedade adaptar-
se para acolher as diferenças e promover

6

comoção, segurança etc.
É preciso entender que as pessoas com
deficiência querem, antes de tudo, inclusão
e direitos. Por isso, em muitos países, as polí-
ticas públicas para pessoas com deficiência
superaram a visão do chamado “modelo
médico” de atendimento e dos enfoques
assistencialistas e passaram a adotar os cha-
mados “modelo social”, “modelo dos direi-
tos ou da cidadania” ou “modelo da inclu-
são ou participação”. Diversos marcos de de-
clarações de princípios contribuíram para a
criação dessa nova sensibilidade mundial. É
nesse contexto que as políticas públicas de
inserção de pessoas com deficiência em to-
dos os aspectos da vida, com o auxílio da
Tecnologia Assistiva (TA), ou ajudas técnicas,
tornam-se extremamente relevantes. Porque
integram diversas áreas do conhecimento,
como psicologia, arquitetura, engenharia, fi-
sioterapia, pedagogia, entre outras.
O fortalecimento deste setor, na pers-
pectiva do acesso público, tem sido deba-
tido e requerido como aspecto fundamen-
tal das políticas públicas de inclusão social.
O Brasil caminha também para essa pers-
pectiva, sendo o desafio a ser enfrentado
imenso, devido à confluência de vários fa-
tores, como o envelhecimento da popula-
ção e a sobrevivência, cada vez maior, de
acidentes e doenças que anteriormente não
eram curáveis. As políticas de inserção se
tornam oportunas, também, porque nos

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008






encontramos diante de uma população ex-
cluída, dependente e marginalizada. Por-
que, em muitos casos, a pobreza leva à
deficiência pela falta de recursos para rea-
lizar o atendimento precoce. E a deficiên-
cia também leva à pobreza, pelas desvan-
tagens que provoca. Assim, é necessário
introduzir outras dinâmicas que quebrem
esse círculo vicioso.
Um primeiro passo para a eliminação de
barreiras e o fomento às ajudas técnicas, no
Brasil, foi a lei 10.098, que estabelece normas
gerais e critérios básicos para a promoção da
acessibilidade das pessoas portadoras de defi-
ciência ou com mobilidade reduzida. A efetiva-
ção e aprimoramento da legislação constitu-
em uma pauta que tem sido capaz de mobili-
zar os esforços de entidades não governamen-
tais, órgãos públicos, universidades e diversas
instâncias. Inúmeras pessoas, associações de
pessoas com deficiência e instituições no Bra-
sil empenham-se nos mais variados campos
para a maior autonomia, independência, qua-
lidade de vida e inclusão social.
No campo da Tecnologia Assistiva, o Insti-
tuto de Tecnologia Social (ITS Brasil) realizou a
Pesquisa Nacional de Tecnologia Assistiva, em
parceria com a Secretaria de Ciência e Tecno-
logia para a Inclusão Social (Secis), do Ministé-
rio da Ciência e Tecnologia (MCT). O estudo
identificou as instituições brasileiras que se
dedicam à pesquisa e ao desenvolvimento
tecnológico no campo da acessibilidade e au-
tonomia das pessoas com deficiência, entre
outros temas considerados relevantes para
subsidiar políticas de Ciência e Tecnologia nes-

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008

apresentação


ta área. O projeto teve como desdobramen-
to a criação do Portal Nacional de Tecnologia
Assistiva (www.assistiva.org.br), que divulgou
os resultados do levantamento e outras
ações, como, por exemplo:






































7

apresentação


O Portal Nacional de Tecnologia Assistiva
possibilitou ainda uma nova etapa de pes-
quisas, com o objetivo de, futuramente,
construir um catálogo on line de ajudas téc-
nicas. Outra proposta seria a criação de um
centro tecnológico na área da Tecnologia
Assistiva. Isso possibilitaria importantes me-
lhoras reais de inserção social e de autono-
mia, de qualidade de vida e de bem-estar.
O ITS Brasil também se associou a orga-
nizações não-governamentais que aten-
dem, diretamente, pessoas com deficiên-
cia, como é o caso das Obras Sociais Irmã
Dulce, em Salvador, na Bahia. Nessa insti-
tuição, o Programa Informática, Educação
e Necessidades Especiais (InfoEsp), coorde-
nado pelo professor Teófilo Galvão Filho,
desenvolve há 15 anos pesquisas e recur-
sos de acessibilidade para que pessoas com
deficiência utilizem a informática como ins-
trumento de aprendizagem, de modo a
possibilitar seu desenvolvimento cognitivo
e criativo. A aproximação e troca de expe-
riência entre as duas instituições intensifi-
cou-se, por um lado, na luta para fortale-
cer a presença da Tecnologia Social no ce-
nário de produção de Ciência Tecnologia e
Inovação do país, articulada pelo Fórum
Brasileiro de Tecnologia Social e Inovação.
E consolidou também um trabalho
colaborativo para o avanço contínuo das
metodologias e práticas de educação e
capacitação associadas ao uso da Tecnologia




8





Assistiva. Sendo assim, em 2007, o ITS Brasil
e o InfoEsp, com o apoio da Microsoft Brasil,
capacitaram monitores e coordenadores de
seis telecentros públicos e forneceram equi-
pamentos de acessibilidade com o objetivo
de adequar esses espaços ao atendimento de
pessoas com deficiência. As pessoas que par-
ticiparam do curso Recursos de Acessibilida-
de para a Autonomia e Inclusão Sócio-digital
da Pessoa com Deficiência implementaram,
com sucesso, soluções de Tecnologia Assistiva
nos telecentros, buscando responder às ne-
cessidades de cada público específico. Hoje,
também atuam como multiplicadores, pas-
sando adiante o que aprenderam, para suas
equipes de trabalho e outros telecentros.
E agora, novamente, o ITS está progra-
mando cursos de Tecnologia Assisitiva des-
tinados à capacitação de professores das
escolas públicas do Brasil, para incluírem
pessoas com deficiência. Nesta apostila,
apresenta os textos que serviram de apoio
para essa formação. Com essa publicação,
espera ampliar a divulgação de conheci-
mentos introdutórios sobre a Tecnologia
Assistiva e mostrar a diversidade de recur-
sos que podem ser criados e usados na edu-
cação inclusiva, para permitir o acesso das
pessoas com deficiência ao computador.

Boa leitura!
Irma R. Passoni
Jesus Carlos Delgado Garcia





Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008

capítulo 1





O atual texto da Convenção sobre os
direitos das pessoas com deficiência
da Organização das Nações Unidas







Deficiência e
acessibilidade

“Somos diferentes, mas não queremos ser
transformados em desiguais. As nossas vidas só
precisam ser acrescidas de recursos especiais”.
(Peça de Teatro: Vozes da Consciência, BH).
>











Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008

(ONU) define, em seu artigo 1°, que: “Pes-
soas com deficiência são aquelas que têm
impedimentos de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, os quais, em
interação com diversas barreiras, podem
obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade com as demais pessoas”.
Os países signatários da Convenção,
como o Brasil, se comprometem a assegu-
rar e promover o pleno exercício de todos
os direitos humanos e liberdades fundamen-
tais para as pessoas com deficiência, sem
qualquer tipo de discriminação.
Entre suas obrigações destaca-se também
a realização e promoção de pesquisa e o de-
senvolvimento de produtos, serviços, equipa-
mentos e instalações com desenho univer-
sal, destinados a atender as necessidades es-
pecíficas de pessoas com deficiência.
Nos seus 50 artigos, a Convenção apre-
senta normas destinadas ao acesso destas
pessoas à educação. Seus princípios apon-
tam para a não discriminação, a plena e efe-
tiva participação, a inclusão na sociedade, o
respeito pela diferença, a igualdade de opor-
tunidades, norteando-se pela visão de aces-
sibilidade em todas as suas dimensões.
Assim, o nosso maior desafio é ofertar
acessibilidade para essas pessoas, garantin-
do igualdade de condições com os demais.

9


capítulo 1


1.1 - Acessibilidade e desenho universal

A aprovação do decreto federal nº 5.296,
de 2 de dezembro de 2004, foi um grande
avanço na garantia de acessibilidade em
todos os âmbitos. Ele define, em seu artigo
8º, o que é acessibilidade, ajudas técnicas e
desenho universal:


























Atualmente, o conceito de acessibilida-
de foi ampliado, associando-se ao compro-
misso de melhorar a qualidade de vida de
todas as pessoas. Para que a escola e a soci-
edade sejam inclusivas, elas devem atender
às seis dimensões de acessibilidade:

10





Arquitetônica: elimina barreiras em todos
os ambientes físicos (internos e externos)
da escola, incluindo o transporte escolar;
Comunicacional: transpõe obstáculos em
todos os âmbitos da comunicação, consi-
derada nas suas diferentes formas (fala-
da, escrita, gestual, língua de sinais, digi-
tal, entre outras);
Metodológica: facilita o acesso ao conteúdo
programático oferecido pelas escolas, am-
pliando estratégias para ações na comuni-
dade e na família, favorecendo a inclusão;
Instrumental: possibilita a acessibilidade em
todos os instrumentos, utensílios e equi-
pamentos, utilizados na escola, nas ativi-
dades de vida diária, no lazer e recreação;
Programática: combate o preconceito e a
discriminação em todas as normas, pro-
gramas, legislação em geral que impeçam
o acesso a todos os recursos oferecidos
pela sociedade, promovendo a inclusão e
a equiparação de oportunidade;
Atitudinal: extingue todos os tipos de ati-
tudes preconceituosas que impeçam o
pleno desenvolvimento das potencia-
lidades da pessoa com deficiência.

Dentre estas acessibilidades para os fins
deste trabalho, destacamos a instrumental
e comunicacional, visto que nas escolas não
deve haver obstáculos que impeçam a par-
ticipação efetiva da pessoa com deficiência,
devendo buscar recursos e estratégias que
promovam acesso e permanência em todo
contexto escolar.

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008





1.2 - Tecnologia Assistiva como instru-
mento de acessibilidade e inclusão

O conceito de Tecnologia Assistiva (TA)
vem sendo revisado nos últimos anos, devi-
do à abrangência e importância desta área
para a garantia da inclusão da pessoa com
deficiência.
O Comitê de Ajudas Técnicas da
Coordenadoria Nacional para Integração da
Pessoa Portadora de Deficiência (Corde) de-
liberou que:















A abrangência do conceito garante que
TA não se restringe somente a recursos em
sala de aula, mas estende-se a todos os
ambientes da escola, propiciando o acesso
e a participação efetiva de todos os alunos
e durante todo o tempo.
O professor e toda equipe da escola têm
responsabilidade com a construção de um
ambiente acessível e inclusivo, eliminando




Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008

capítulo 1


as barreiras arquitetônicas e atitudinais.

1.3 - Comunicação alternativa

Neste cenário de criação de tecnologias
que garantam a acessibilidade, a comuni-
cação alternativa e ampliada (CAA) tem
contribuído para facilitar e efetivar a co-
municação das pessoas com ausência ou
prejuízo da fala.
A comunicação alternativa envolve o uso
de gestos manuais, expressões faciais e cor-
porais, símbolos gráficos, fotografias, gra-
vuras, desenhos, linguagem alfabética e ain-
da objetos reais, miniaturas, voz digitalizada,
dentre outros, como meio de efetuar a co-
municação face a face de indivíduos inca-
pazes de usar a linguagem oral.
Ela é considerada como uma área que
se propõe a compensar temporária ou per-
manentemente a dificuldade do indivíduo
em se comunicar.
Considerando a realidade sócioeco-
nômica do nosso país, falar em comunica-
ção ampliada e alternativa não pode se res-
tringir apenas ao uso de metodologias es-
pecíficas ou recursos comercializados, mui-
tas vezes de alto custo.
Sugerimos que o professor desenvolva
recursos de baixo custo. Isso é possível se
utilizar figuras recolhidas de diferentes fon-
tes, como da internet, revistas, panfletos
entre outros, bem como materiais pedagó-



11

capítulo 1


gicos disponíveis em toda escola, com ima-
gens funcionais.
Seguem abaixo algumas sugestões para


DICAS

Iniciar com figuras ou fotos grandes no
tamanho aproximado 10 cm x 10 cm.
Utilizar objetos concretos ou miniaturas.
Apresentar figuras ou fotos relacionadas
à rotina escolar do aluno.
Considerar a individualidade
da pessoa e o contexto do aluno.
Chamar atenção da pessoa que utiliza a CAA
para relacionar a imagem à atividade.
Disponibilizar álbuns, cadernos ou pranchas aos
alunos contendo as figuras/fotos importantes
para sua comunicação em todos ambientes.
Ampliar o número de pessoas que ofereçam o
recurso, além do professor: familiares, colegas
de sala, profissionais da escola, entre outros.
Aumentar gradativamente, de acordo com o
aprendizado, o número de figuras ou fotos
apresentadas.
Associar, sempre que possível, símbolos
específicos como o PCS (Picture Communication
Symbols) com outras imagens.
Perseverar no uso da CAA, lembrando que
ela é essencial para o desenvolvimento da
comunicação e aprendizagem desses alunos.


12





o professor utilizar a comunicação alterna-
tiva como recurso enriquecedor da educa-
ção inclusiva:


OBJETIVOS

Facilitar a aprendizagem e a discriminação visual.


Respeitar o nível de compreensão do aluno.
Facilitar aprendizagem.


Garantir a funcionalidade do recurso.


Favorecer a assimilação e o uso.


Utilizar a CAA em todos os ambientes.



Favorecer a participação de todos os envolvidos
na implantação e utilização da CAA.


Ampliar vocabulário.



Enriquecer o processo de comunicação.



Garantir o direito à comunicação.




Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008





1.4 - Sobre deficiência e autismo

As deficiências não podem ser medidas
e definidas unicamente pela avaliação mé-
dica e psicológica. É preciso considerar a
condição que resulta da interação entre a
deficiência e o ambiente em que a pessoa
está inserida, visão esta que reforça a im-
portância do uso de tecnologia, transfor-
mando a vida da pessoa com deficiência.
O decreto federal nº 5.296 é, hoje, o
instrumento que define legalmente as de-
ficiências, dividindo-as em cinco grandes
categorias:

a) Física;
b) Auditiva;
c) Visual;
d) Mental (intelectual);
e) Múltipla.

a) Deficiência física
Para possibilitar o acesso de pessoas com
deficiência física ou com mobilidade reduzi-
da à escola, deve-se eliminar barreiras
arquitetônicas e propiciar recursos adapta-












Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008

capítulo 1


dos para sua efetiva participação.
O decreto federal nº 5.296 define defici-
ência física, em seu artigo 4º, como:
“Alteração completa ou parcial de um
ou mais segmentos do corpo humano, acar-
retando o comprometimento da função fí-
sica, apresentando-se sob a forma de para-
plegia, paraparesia, monoplegia, mono-
paresia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia,
triparesia, hemiplegia, hemiparesia,
ostomia, amputação ou ausência de mem-
bro, paralisia cerebral, nanismo, membros
com deformidade congênita ou adquirida,
exceto as deformidades estéticas e as que
não produzam dificuldades para o desem-
penho de funções.”
Embora este conceito defina um grande
número de patologias, na escola é mais co-
mum encontrarmos alunos com paralisia
cerebral, ausência de membros e deformi-
dades congênitas ou adquiridas, que resul-
tam em alterações motoras, como: ausên-
cia ou dificuldade do caminhar, do equilí-
brio e da coordenação motora.
Abaixo, algumas dicas que ajudarão no
trato com as pessoas com tais deficiências:












13

capítulo 1







DICAS

Tratá-la normalmente, com respeito, educação e simpatia,
acreditando na sua capacidade de compreensão.

Conversar com ela no mesmo nível de olhar.

Pedir sua permissão, para tocar em seus meios de
locomoção (cadeira de rodas, muletas, bengala etc.).
Lembrar que a cadeira de rodas é a extensão do corpo da
pessoa com deficiência, evitar utilizá-la indevidamente.
Ajudar somente com o consentimento da pessoa.

Posicionar a cadeira de rodas de acordo com o foco de
interação. Ao caminhar, respeitar o ritmo de andar da
pessoa com deficiência, mantendo-se ao seu lado e não
atrapalhando seu espaço de deslocamento.

Propiciar atividades em que o aluno seja retirado da
cadeira de rodas. Exemplo: parque.


Para subir um degrau, apoiar na manopla da cadeira e
levante as rodas da frente de modo a alcançar o desnível.
Para descer um degrau ou qualquer inclinação, procurar
sempre fazê-lo de marcha ré.

Ao planejar um passeio, preocupar-se
com a acessibilidade do local.

Detectar a necessidade do uso de Tecnologia Assistiva.
Criar estratégias e recursos de baixo custo para uso na sala
de aula. Avaliar e acompanhar o uso de tais recursos.

14










OBJETIVOS

Favorecer a aprendizagem
e o vínculo com o grupo.

Facilitar a comunicação.

Respeitar sua individualidade.






Ampliar seu campo visual e
seu relacionamento interpessoal.



Melhorar posicionamento e a
interação. Evitar fadiga. Promover o
bom funcionamento do organismo.

Garantir a segurança do aluno.




Garantir acessibilidade.


Facilitar a aprendizagem
Possibilitar a inclusão.



Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008





b) Deficiência auditiva
O decreto federal nº 5.296 define como
deficiência auditiva a “perda bilateral, parcial
ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou
mais, aferida por audiograma nas freqüências
de 500Hz, 1.000 Hz, 2.000 Hz e 3.000 Hz”.

c) Deficiência visual
Considera-se deficiência visual uma ca-
pacidade de enxergar igual ou menor que
0,05 no melhor olho, com a melhor corre-
ção óptica. Já a baixa visão significa
acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor
olho (mais uma vez com a melhor correção
óptica). E também existem casos em que a
soma da medida do campo visual em am-
bos os olhos é igual ou menor que 60 graus
- ou ocorre simultaneamente quaisquer das
condições anteriores.

d) Deficiência mental (intelectual)
Segundo o decreto federal nº 5.296, de-
ficiência mental é o “funcionamento inte-
lectual significativamente inferior à média,
com manifestação antes dos 18 anos e li-
mitações associadas a duas ou mais áreas
de habilidades adaptativas”. Hoje, quando
se fala em inclusão escolar, o maior debate
gira em torno do acesso do aluno com de-
ficiência intelectual, principalmente quan-
do ele apresenta graves comprometimen-
tos cognitivos.
São muitos os conceitos de deficiência
intelectual, mas o atual modelo da Associa-
ção Americana de Deficiências Intelectual e

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008

capítulo 1


do Desenvolvimento (AAIDD), nos traz uma
concepção funcional e multidimensional que
facilita a compreensão e o planejamento dos
apoios necessários à inclusão da pessoa com
deficiência intelectual na sociedade.
Entende-se como apoio todo e qualquer
auxílio que melhore o funcionamento da vida
da pessoa, em cinco dimensões: habilidades
intelectuais, comportamento adaptativo,
participação, interações e papéis sociais,
saúde, e contexto.
Esta visão amplia o foco da intervenção
nas seguintes áreas: ensino e educação,
vida doméstica, vida em comunidade, em-
prego, saúde, segurança, desenvolvimen-
to humano, proteção e defesa, além das
áreas comportamentais e sociais. Para tan-
to, considera-se quatro graus de apoios,
conforme o nível de comprometimento in-
telectual manifestado:

Intermitente: baseado em necessidades
específicas e oferecido em certos momen-
tos, por um determinado período (curto
prazo), com características episódicas (a
pessoa nem sempre precisa do apoio) e
com intensidade variável;
Limitado: consistente durante atividades
específicas, oferecido ao longo de um
período (longo prazo), porém com tempo
limitado;
Extensivo: é necessário apoio regular (di-
ário) em pelo menos alguns ambientes (es-
cola, trabalho, lar) sem limitação quanto
ao tempo;

15

capítulo 1


Pervasivo: constante, de alta intensidade,
nos diversos ambientes, envolve uma
equipe maior de pessoas administrando
os apoios, potencialmente durante o ci-
clo da vida.

Ressaltamos que, dependendo das con-
dições pessoais, as situações de vida e a fai-
xa etária, os apoios variam em duração e
intensidade, podendo ser oferecidos por
qualquer pessoa, seja ela: professor, amigo,
psicólogo, familiar, entre outros, visando me-
lhorar o funcionamento da pessoa com de-
ficiência intelectual no cotidiano, favorecen-
do uma melhor qualidade de vida.
A AAIDD adotou como definição de de-
ficiência intelectual a que é caracterizada por
limitações significativas no funcionamento
mental da pessoa e no seu comportamento
adaptativo – habilidades práticas, sociais e
conceituais –, originando-se antes dos 18
anos de idade.
Com essa concepção, a deficiência in-
telectual deixa de ser vista como uma ca-
racterística essencialmente individual, ex-
plicando-se como fruto da relação dinâmi-
ca entre a pessoa, ambiente, sistema de
apoio e dimensões.









16





Na próxima página, seguem algumas
observações referentes ao trato da pessoa
com deficiência intelectual:

e) Deficiência múltipla
O decreto federal nº 5.296 define defici-
ência múltipla como “a associação de duas
ou mais deficiências”. Como há uma gran-
de dificuldade de entendimento a respeito
desse tipo de deficiência, que identifica di-
ferentes grupos de pessoas, referenciaremos
um trecho da Política Nacional de Educação
Especial (PNEE):











A associação de diferentes deficiências
pode ser agravada por alguns aspectos,
como a idade de aquisição, o grau das de-
ficiências e a quantidade de associações,
influenciando as possibilidades e limitações
em cada caso.










Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008






DICAS






OBJETIVOS

capítulo 1


Respeitar o ritmo de aprendizagem e
individualidade de cada um.

Agir naturalmente no relacionamento
interpessoal. Tratar com respeito e consideração.

Respeitar a idade cronológica.


Planejar atividades diversificadas que promovam
a independência e autonomia.

Falar diretamente com a pessoa com
deficiência, estabelecendo contato visual.

Oferecer modelos de comportamento adequado.

Evitar superproteção.

Não tratá-la como doente.


Não associar manifestações de agressividade
à pessoa com deficiência intelectual.
Esta característica pode estar presente em
qualquer pessoa com ou sem deficiência.

A sexualidade é parte integrante de
todo ser humano, não sendo diferente
para a pessoa com deficiência.






Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008


Acreditar no potencial da pessoa com deficiência.


Respeitar a dignidade da pessoa.


Evitar a infantilização. Favorecer
a aquisição de maturidade.

Oferecer oportunidades
de desenvolvimento global.

Estimular a comunicação
acreditando no seu potencial.

Favorecer o desenvolvimento social.

Estimular sua independência.

Favorecer os processos de mediações, evitando
sérias conseqüências ao seu desenvolvimento.

Evitar preconceitos.




Desmistificar que a pessoa com
deficiência intelectual é assexuada ou
apresenta sexualidade exacerbada.










































17


capítulo 1


Para auxiliar na educação das pessoas com
deficiência múltipla, algumas orientações:


DICAS

Adaptar o espaço físico. Acreditar e investir na
construção de um canal de comunicação eficaz,
desde que o mediador tenha paciência e
perseverança.

Trabalhar em conjunto com equipe especializada.

Propiciar apoio técnico, material e humano.



Prover recurso de Tecnologia Assistiva.


Utilizar abordagem multissensorial. Usar nas
atividades e nos ambientes cores contrastantes
(preto com branco, amarelo com vermelho) e
diferentes texturas.

Solicitar apoio dos colegas e dos familiares.

f) Autismo
O autismo é considerado uma síndrome
comportamental (e não um tipo de defici-
ência), com causas múltiplas. É um distúr-
bio de desenvolvimento que se caracteriza
por um déficit na interação social, expresso
pela inabilidade em relacionar-se com o ou-
tro e usualmente combinado com dificulda-
des de linguagem e de comportamento.
As características que podem ser encon-

18





Observação: considerar também dicas cita-
das para as outras tipologias de deficiência.


OBJETIVOS

Facilitar seu desenvolvimento, sua comunicação e
acesso a materiais específicos que o mesmo
necessita utilizar. Propiciar um ambiente favorável
ao desenvolvimento.

Atender as necessidades dos casos mais graves.

Suprir as necessidades educacionais especiais.
Considerar as condições de saúde que são
afetadas de maneira diferenciada.

Melhorar as possibilidades de autonomia,
comunicação, mobilidade e interação com o grupo.

Estimular os cinco sentidos, que normalmente
estão alterados em grande parte das deficiências.



Buscar a co-responsabilidade.

tradas nesses alunos com necessidades es-
peciais na área de condutas típicas variam
desde os distúrbios sociais leves até distúr-
bios mais graves, geralmente com defici-
ência intelectual.
Ressaltamos que condutas típicas é um
termo utilizado na área educacional, sendo
que, na área da saúde, o autismo está clas-
sificado como Transtornos Globais do De-
senvolvimento, descrito como:

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008


















Alguns autores classificam o autismo se-
gundo as competências ou características
intelectuais, como de dois tipos:

Alto funcionamento (ou Síndrome de
Asperger): as pessoas são capazes de
acompanhar o currículo do ensino co-
mum, falar, desenvolver-se em uma pro-
fissão e criar vínculos afetivos;
Baixo funcionamento: acompanhado de
deficiência intelectual, ausência de fala e
de contato visual, sem demonstrar inte-
resse pelas pessoas ou pelos objetos.

Para compreender melhor o autismo, é
preciso conhecer a tríade de suas manifes-
tações nas áreas da comunicação, compor-
tamento e interação social, centrando a pro-
posta pedagógica nessas necessidades edu-
cacionais especiais e lembrando que a in-
tensidade, duração e freqüência dos proble-
mas comportamentais podem interferir no
desenvolvimento da aprendizagem.
Um dos métodos de ensino mais utili-
zados para a educação de pessoas com

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008

capítulo 1


autismo no Brasil, atualmente, é o Treatment
and Education of Autistic and related
Communication-handicapped Children
(TEACCH), que tem como princípios fun-
damentais:

O ambiente deve propiciar informações
sobre o que é esperado da pessoa naque-
le local, de forma clara e com acesso fácil
ao material de trabalho;
Utilizar sistema de trabalho adaptando os
recursos de aprendizagem que forneçam
informação para o aluno sobre como rea-
lizar a atividade;
Sistema de trabalho é definido como
uma forma de organizar os recursos de
aprendizagem com pistas visuais ou au-
ditivas, para que a pessoa compreenda
qual é a atividade a ser realizada, eta-
pas a serem cumpridas (começo, meio
e fim), tempo de permanência e con-
clusão da atividade;
Reduzir informações visuais e auditivas a
fim de possibilitar que o aluno preste
atenção no conteúdo da aula, e não nos
detalhes da sala;
Oferecer uma programação diária visí-
vel, para que o aluno tenha previsibili-
dade das tarefas previstas para serem
executadas durante o dia, fazendo uso
de comunicação alternativa;
Oferecer rotinas que possibilitem um en-
tendimento sobre o que está ocorrendo,
para propicar mais confiança para a pes-
soa com autismo.

19

capítulo 1


Para auxiliar o trabalho pedagógico dos alunos com autismo, seguem algumas sugestões:












































20


DICAS

Estruturar a rotina do dia.

Proporcionar ao aluno conhecer o
professor, o ambiente e os colegas.

Descobrir as áreas de especial interesse
e ter livros ou atividades relacionadas,
no primeiro dia de aula.

Posicionar o aluno próximo à mesa do professor.

Utilizar imagens.

Antecipar para o aluno as atividades
diferenciadas.

Utilizar recursos de comunicação alternativa,
como agendas, cadernos e álbuns com imagens
do contexto do aluno.

Favorecer atividades em grupo.

Estabelecer vínculo afetivo.

Evitar falar excessivamente com o aluno.


Estimular a redução dos movimentos repetitivos
(estereotipias) ou repetição de palavras (ecolalia).

Enfatizar as habilidades acadêmicas do aluno.

Valorizar os elementos da natureza.

Utilizar a música.


OBJETIVOS

Oferecer previsibilidade.

Estabelecer vínculo.


Prevenir problemas comportamentais.



Acompanhar as atividades.

Facilitar a compreensão e a comunicação.

Prevenir alteração de comportamento.


Favorecer a comunicação.



Estimular a interação interpessoal.

Conquistar a confiança.

Facilitar compreensão de ordens e evitar
comportamentos inadequados.

Redirecionar o aluno para a atividade.


Ampliar a aceitação do aluno no grupo.

Facilitar a percepção e a diferenciação do mundo.

Motivar, tranqüilizar e reduzir comportamentos
inadequados.


Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008


capítulo 2


A s primeiras experiências com a
informática no contexto educacio-
nal em outros países ocorreram na








O computador
no contexto
educacional

>















Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008

década de 1950, com a finalidade de resolu-
ções de problemas em cursos de pós-gradu-
ação e como máquina de ensinar, dando ên-
fase ao armazenamento e transmissão de in-
formações ao aprendiz. As experiências com
a informática no Brasil iniciaram-se na déca-
da de 1970, nas universidades, partindo do
interesse dos educadores motivados pelo que
vinha acontecendo em outros países.
Com o avanço das Tecnologias de Infor-
mação e Comunicação (TICs) e a introdu-
ção de computadores nas escolas, uma ação
fundamental que se fez e ainda se faz ne-
cessária é a formação e capacitação conti-
nuada dos educadores quanto à utilização
das ferramentas computacionais em sua prá-
tica de ensino.
A incorporação da informática no con-
texto educacional vai além da disponibi-
lização de computadores às escolas e impli-
ca essencialmente em mudanças educacio-
nais que possam romper com os modelos
tradicionais de educação, meramente instru-
cionais, começando pela formação continu-
ada do educador.









21


capítulo 2


O termo Informática Educacional, segun-
do J. A. Valente (ver bibliografia), tem assu-
mido diversos significados, dependendo da
visão educacional e da condição pedagógi-
ca em que o computador é utilizado.
Os educadores têm papel fundamental
na mudança de conceitos e paradigmas exis-
tentes sobre a utilização dos recursos da
informática na educação, garantindo as
transformações e contribuindo com inova-
ções nas metodologias educacionais. Para
isso, porém, é necessário que o educador
conheça o potencial educacional do com-
putador, alternando, na prática, atividades
que impliquem ou não em seu uso.
É necessário, portanto, formar o profes-


Aprendizagem tradicional

Instrução centrada no professor/ Estimulação

Unissensorial

Progressão unidirecional

Única mídia

Trabalho isolado

Informação fornecida

Aprendizagem passiva

Aprendizagem por aquisição de informações

Reação de responsividade





sor tanto no que diz respeito aos conheci-
mentos técnicos e domínio da máquina,
quanto à integração do computador nas
atividades curriculares. Mas não é só o pro-
fessor o responsável pelas mudanças e ino-
vações no contexto escolar. Os administra-
dores, alunos, pais e demais profissionais da
escola participam do processo.
É o momento de cada um ser visto como
parte do todo - a escola - e as ações devem
ser norteadas no sentido de utilizar práticas
inovadoras que contribuam para efetiva uti-
lização do computador no contexto escolar.
A tabela abaixo estabelece uma compa-
ração entre a aprendizagem tradicional e a
aprendizagem com as TICs.


Aprendizagem com as TICs

Aprendizagem centrada no aluno

Estimulação multisensorial

Progressão multidirecional

Multimídia

Trabalho colaborativo

Troca de informação

Aprendizagem ativa/ exploratória/ inquisitiva

Pensamento crítico/ tomada de decisões

Ação planejada, intregativa, por iniciativa




22


National Educational Technology Standards for Teachers, ISTE® / Tradução: FERREIRA, G.C. (2002)

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008






Entretanto, é preciso que se esteja aten-
to ao processo de mudança, pois o uso do
computador no contexto educacional tanto
pode manter padrões tradicionais de trans-
missão de informações para o aluno, refor-
çando o processo instrucionista de ensino,
como criar condições para a construção de
conhecimento do aluno.
O computador deve ser um recurso que
transforma as práticas tradicionais existen-
tes e não apenas um instrumento que re-
passa informações aos alunos. Para Paulo
Freire (ver bibliografia), “saber ensinar não
é transferir conhecimento, mas criar possi-
bilidades para a sua própria produção ou a
sua construção”.
É importante que o educador propicie
ao aluno condições e oportunidades de
explorar seu potencial intelectual nas dife-
rentes áreas do conhecimento e realizar
sucessivas ações e reflexões.
O uso do computador em ambientes de
aprendizagem deve enfatizar a construção
do conhecimento. O autor descreve dois
momentos neste processo.
O primeiro implica em entender o com-
putador como uma nova ferramenta de re-
presentação do conhecimento. Usar o com-
putador com esta finalidade requer a análi-
se cuidadosa do que significa ensinar e
aprender, bem como demanda rever o pa-
pel do professor neste contexto.
O segundo, a formação desse professor,
envolve muito mais do que provê-lo com
conhecimento sobre computadores, deve

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008

capítulo 2


oferecer condições para que ele construa
conhecimento sobre técnicas computa-
cionais e entenda como integrar o compu-
tador em sua prática pedagógica.
O computador como recurso pode ser
um grande parceiro do educador no proces-
so de ensino-aprendizagem, enquanto os
projetos serão excelentes meios de efetivar
sua utilização.
É preciso entender que o computador
não é o detentor do conhecimento, mas uma
ferramenta que permite ao aluno buscar
informações e construir com seus recursos,
vivenciando situações-problema que possi-
bilitem tirar conclusões e construir novos
conhecimentos.
Para isso, é necessário formar o edu-
cador para utilizar pedagogicamente o
computador, visando formar cidadãos que
produzirão e interpretarão as novas lingua-
gens do mundo atual e futuro, além de
formar um educador que valorize o exer-
cício de aprender e ensinar, reforçando a
bagagem cultural dos alunos e a transfor-
mação dos métodos educacionais.
M. Almeida (ver bibliografia) observa que
“entretanto, para dar início ao desenvolvi-
mento de projetos inovadores, não se pode
esperar que todos os atores que formam a
instituição queiram engajar-se”. E ressalta:
“é preciso que a instituição tenha autono-
mia para definir suas prioridades e que
vivencie todos os conflitos inerentes aos pro-
cessos de mudança”.
Refletindo quanto à realidade e as trans-

23

capítulo 2


formações no processo de aprendizagem e
o papel do computador neste contexto, é
preciso lembrar que esse instrumento não
veio para assumir responsabilidades em re-
lação ao ensino, mas, sim, para promover a
aprendizagem, integrando-se ao currículo e
às atividades da sala de aula por meio da
mediação do professor.
Vale ressaltar que um novo modelo de
educação está sendo desenhado a partir das
novas tecnologias, alterando os paradigmas






























24





da educação e rompendo com os padrões
do ensino tradicional, beneficiando as esco-
las, os educadores e os alunos.
O novo modelo de educação requer, ain-
da, novas políticas públicas que atendam a
estas mudanças, oferecendo recursos e pro-
jetos que beneficiem as escolas e o educa-
dor em sua formação ou em cursos de aper-
feiçoamento, ajudando a transformar sua
prática pedagógica e garantindo que ele
cumpra seu papel perante a sociedade.































Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008





2.1
Artigo
Tecnologia
Assistiva em
ambiente
computacional

Recursos para a
autonomia e inclusão
sócio-digital da pessoa
com deficiência
>
(1) Teófilo Alves Galvão Filho: mestre e doutorando em Educação pela Universidade
Federal da Bahia (UFBA), Especialista em “Informática na Educação” e engenhei-
ro. É coordenador do Programa InfoEsp (www.infoesp.net), das Obras Sociais Irmã
Dulce, em Salvador (BA)), professor das Faculdades Unime e membro do Comitê
de Ajudas Técnicas da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, da Presidência da
República (SEDH/PR) - teogf@ufba.br, teofilo@infoesp.net, www.galvaofilho.net.
(2) Luciana Lopes Damasceno: Pedagoga, especialista em Projetos Educacionais e
Informática e em Alfabetização Infantil. É professora do Programa InfoEsp e do
Instituto de Cegos da Bahia - lucidamasceno@uol.com.br, http://
lucianalopesdamasceno.vilabol.uol.com.br/ .

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008

capítulo 2


Teófilo Alves Galvão Filho1
Luciana Lopes Damasceno2

I – INTRODUÇÃO

Novas realidades e novos paradigmas
emergem na sociedade humana, nos dias
de hoje. Uma sociedade mais permeável à
diversidade questiona seus mecanismos de
segregação e vislumbra novos caminhos de
inclusão social da pessoa com deficiência.
Este fato tem estimulado e fomentado no-
vas pesquisas, inclusive com a apropriação
dos acelerados avanços tecnológicos dispo-
níveis na atualidade. A presença crescente
das Tecnologias de Informação e Comuni-
cação (TICs) aponta para diferentes formas
de relacionamento com o conhecimento e
sua construção, assim como novas concep-
ções e possibilidades pedagógicas.
Nessa perspectiva, buscamos analisar e
discutir a conjunção dessas diferentes reali-
dades: a utilização de Tecnologia Assistiva
(TA) para o “empoderamento” da pessoa
com necessidades educacionais especiais,
possibilitando ou acelerando o seu proces-
so de aprendizado, desenvolvimento e in-
clusão social e apontando para o fim da ain-
da bem presente invisibilidade dessas pes-
soas em nossa sociedade. Também discuti-
remos a apropriação dos recursos de ambi-
entes computacionais e telemáticos para
estas mesmas finalidades. Essa conjunção é
uma possibilidade ainda bastante nova e
pouco investigada, principalmente porque

25

capítulo 2


ainda são muito recentes os avanços das
Tecnologias de Informação e Comunicação,
assim como os estudos dos novos ambien-
tes de aprendizagem possíveis pelo uso de
adaptações e da Tecnologia Assistiva.
É sumamente relevante para o desenvol-
vimento humano o processo de apropriação,
por parte do indivíduo, das experiências pre-
sentes em sua cultura. O autor enfatiza a
importância da ação, da linguagem e dos
processos interativos na construção das es-
truturas mentais superiores (Vygotsky, 1987,
ver bibliografia). O acesso aos recursos ofe-
recidos pela sociedade, escola, tecnologias,
etc influencia determinantemente nos pro-
cessos de aprendizagem.
Entretanto, as limitações do indivíduo
com deficiência tendem a tornar-se uma
barreira à este aprendizado. Desenvolver
recursos de acessibilidade seria uma manei-
ra concreta de neutralizar as barreiras cau-
sadas pela deficiência e inserir esse indiví-
duo nos ambientes ricos para a aprendiza-
gem, proporcionados pela cultura.
Outra dificuldade que as limitações de
interação trazem consigo são os preconcei-
tos a que o indivíduo com deficiência está
sujeito. Desenvolver recursos de acessibilida-
de também pode significar combater esses
preconceitos, pois, no momento em que lhe
são dadas as condições para interagir e apren-
der, explicitando o seu pensamento, o indiví-
duo com deficiência mais facilmente será tra-
tado como um “diferente-igual”, ou seja,
“diferente” por sua condição de pessoa com

26





deficiência mas, ao mesmo tempo, “igual”
por interagir, relacionar-se e competir em seu
meio com recursos mais poderosos, propor-
cionados pelas adaptações de acessibilidade
de que dispõe. É visto como “igual”, portan-
to, na medida em que suas “diferenças”,
cada vez mais, são situadas e se assemelham
com as diferenças intrínsecas existentes en-
tre todos os seres humanos. Esse indivíduo
poderá, então, dar passos maiores em dire-
ção à eliminação das discriminações, como
conseqüência do respeito conquistado com
a convivência e aumentando sua auto-esti-
ma, pois passa a poder explicitar melhor seu
potencial e pensamentos.

II - A TECNOLOGIA ASSISTIVA:
DE QUE SE TRATA?

A Norma Internacional ISO 9999 define
Tecnologia Assistiva, também chamada de
Ajudas Técnicas, como:











Resumindo, Tecnologia Assistiva é toda
e qualquer ferramenta, recurso ou processo
utilizado com a finalidade de proporcionar
uma maior independência e autonomia à

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008





pessoa com deficiência ou dificuldades. É
considerada Tecnologia Assistiva, portanto,
desde artefatos simples, como uma colher
adaptada ou um lápis com uma empu-
nhadura mais grossa para facilitar a
preensão, até sofisticados programas espe-
ciais de computador que visam à acessibili-
dade. A ISO 9999 classifica as ajudas técni-
cas ou Tecnologia Assistiva em dez áreas
diferentes:

capítulo 2


visualização de textos ou livros (foto 1); fi-
xação do papel ou caderno na mesa com
fitas adesivas; engrossadores de lápis ou
caneta confeccionados com esponjas en-
roladas e amarradas, ou com punho de bi-
cicleta ou tubos de PVC “recheados” com
epóxi, substituição da mesa por pranchas
de madeira ou acrílico fixadas na cadeira
de rodas, órteses diversas e inúmeras ou-
tras possibilidades.
Com muita freqüência, a disponibilização

Classe 3
Classe 6
Classe 9

Ajudas para terapia e treinamento
Órteses e próteses
Ajudas para segurança e proteção pessoal

de recursos e adaptações bastante simples
e artesanais, às vezes construídos por seus
próprios professores, torna-se a diferença,
para determinados alunos com deficiência,

Classe 12 Ajudas para mobilidade pessoal
Classe 15 Ajudas para atividades domésticas
Classe 18 Mobiliário e adaptações para
residências e outros móveis
Classe 21 Ajudas para a comunicação,
informação e sinalização
Classe 24 Ajudas para o manejo de bens e produtos
Classe 27 Ajudas e equipamentos para melhorar o
ambiente, maquinaria e ferramentas
Classe 30 Ajudas para o lazer e tempo livre
Tradução: Prof. Dr.

entre poder ou não estudar e aprender jun-
to com seus colegas.
Foto 1

Existe um número incontável de possi-
bilidades, de recursos simples e de baixo
custo que podem e devem ser disponi-
bilizados nas salas de aula inclusivas, con-
forme as especificações de cada aluno com
necessidades educacionais especiais presen-
te nessas salas, tais como: suportes para

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008

Antonio Nunes


Suporte para texto ou livro

Hoje em dia é sabido que as novas
Tecnologias de Informação e Comunicação
vêm se tornando, de forma crescente, im-
portantes instrumentos de nossa cultura e

27


capítulo 2


sua utilização, um meio concreto de inclu-
são e interação no mundo (Levy, 1999, ver
bibliografia).
Essa constatação é ainda mais evidente
e verdadeira quando nos referimos às pes-
soas com deficiência. Nesses casos, as TICs
podem ser utilizadas como Tecnologia
Assistiva ou por meio de Tecnologia Assistiva.
Utilizamos as TICs como TA quando o pró-
prio computador é a ajuda técnica para atin-
gir um determinado objetivo.
Um exemplo é o computador utilizado
como meio eletrônico para o indivíduo que
não consegue escrever no caderno comum
de papel. Por outro lado, as TICs são utili-
zadas por meio de TA quando o objetivo
final desejado é a utilização do próprio com-
putador, para o que são necessárias deter-
minadas ajudas técnicas que permitam ou
facilitem esta tarefa. Por exemplo, adapta-
ções de teclado, de mouse, softwares es-
peciais etc.
As diferentes maneiras de utilização das
TICs como Tecnologia Assistiva têm sido sis-
tematizadas e classificadas das mais varia-
das formas, dependendo da ênfase que
quer dar cada pesquisador. Nós, aqui, op-
tamos por utilizar uma classificação que
divide essa utilização em quatro áreas
(Santarosa, 1997, ver bibliografia):

As TICs como sistemas auxiliares ou
prótese para a comunicação;
As TICs utilizadas para controle do
ambiente;

28





As TICs como ferramentas ou ambien-
tes de aprendizagem;
As TICs como meio de inserção no
mundo do trabalho profissional.

As TICs como sistemas auxiliares
ou prótese para a comunicação
Talvez esta seja a área na qual as TICs
tenham possibilitado avanços mais signifi-
cativos até o presente momento. Em mui-
tos casos, o uso dessas tecnologias tem se
constituído na única maneira pela qual di-
versas pessoas podem comunicar-se com o
mundo exterior, podendo explicitar seus
desejos e pensamentos.
Essas tecnologias tem possibilitado a
otimização na utilização de Sistemas Alter-
nativos e Aumentativos de Comunicação
(SAAC), com a informatização dos méto-
dos tradicionais de comunicação alternati-
va, como os sistemas Bliss, PCS ou PIC, en-
tre outros já desenvolvidos.
Fernando Cesar Capovilla, pesquisando
na área de diagnóstico, tratamento e reabi-
litação de pessoas com distúrbios de comu-
nicação e linguagem, faz notar que:












Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008





As TICs utilizadas para controle do am-
biente
Também são utilizadas para controle do
ambiente, possibilitando que a pessoa com
comprometimento motor possa comandar
remotamente aparelhos eletrodomésticos,
acender e apagar luzes, abrir e fechar por-
tas, enfim, ter um maior controle e inde-
pendência nas atividades da vida diária.

As TICs como ferramentas ou
ambientes de aprendizagem
As dificuldades de muitas pessoas com
necessidades educacionais especiais no seu
processo de desenvolvimento e aprendiza-
gem têm encontrado uma ajuda eficaz na
utilização das TICs como ferramenta ou
ambiente de aprendizagem. Diferentes pes-
quisas têm demonstrado a importância des-
sas tecnologias no processo de construção
dos conhecimentos desses alunos (NIEE/
UFRGS, NIED/ Unicamp, Programa InfoEsp/
OSID e outras; ver as URLs no final).

As TICs como meio de inserção no
mundo do trabalho profissional
E, finalmente, pessoas com grave com-
prometimento motor podem se tornar ci-
dadãs ativas e produtivas, em vários casos
garantindo o seu sustento, com o uso das
TICs. Com certa freqüência essas quatro áre-
as se relacionam entre si, podendo determi-
nada pessoa estar utilizando as TICs com fi-
nalidades presentes em duas ou mais des-
sas áreas. É o caso, por exemplo, de uma

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008

capítulo 2


pessoa com problemas de comunicação e
linguagem que utiliza o computador como
prótese de comunicação e, ao mesmo tem-
po, como caderno eletrônico ou em outras
atividades de ensino e aprendizagem.

III – UTILIZANDO TECNOLOGIA
ASSISTIVA EM AMBIENTE
COMPUTACIONAL

Buscamos, aqui, apresentar um pouco
mais detalhadamente algumas ajudas téc-
nicas utilizadas para o uso do computador e
da internet em ambiente de aprendizagem,
com alunos com necessidades educacionais
especiais. Conforme tem sido detectado:












No trabalho educacional desenvolvido
no Programa InfoEsp – Informática, Educa-
ção e Necessidades Especiais, das Obras
Sociais Irmã Dulce, em Salvador, na Bahia,
utilizamos adaptações com a finalidade de
possibilitar a interação, no computador, de
alunos com diferentes graus de comprome-
timento motor, sensorial e/ou de comuni-
cação e linguagem, em processos de ensi-

29

capítulo 2


no/ aprendizagem. Ou seja, se utiliza o com-
putador por meio de Tecnologia Assistiva.
Essas adaptações podem ser de diferentes
ordens, como, por exemplo:















Classificamos os recursos de acessibilidade
que utilizamos em três grupos:

Adaptações físicas ou órteses: são to-
dos e os aparelhos ou adaptações fixadas
e utilizadas no corpo do aluno e que faci-
litam sua interação com o computador;
Adaptações de hardware: são todos os
aparelhos ou adaptações presentes nos
componentes físicos do computador e nos
periféricos ou mesmo quando os próprios
periféricos, em suas concepções e cons-
trução, especiais e adaptados;
Softwares especiais de acessibilidade:
são os componentes lógicos das TICs quan-
do construídos como TA. Ou seja, são os
programas especiais de computador que
possibilitam ou facilitam a interação do alu-
no com deficiência com a máquina.

30
























Pulseira
de pesos
















Aluno com
pulseira e
teclado fixado





Analisando melhor cada
um desses três grupos:

ADAPTAÇÕES FÍSICAS OU ÓRTESES
Quando buscamos a postura correta
para um aluno com deficiência física, em
sua cadeira adaptada ou de rodas, utilizan-
do almofadas, ou faixas para estabilização
do tronco, ou velcro etc., antes do traba-
lho no computador, já estamos utilizando

Foto 2














Foto 3














Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008





recursos ou adaptações físicas muitas ve-
zes bem eficazes para auxiliar no processo
de aprendizagem dos alunos. Uma postura
correta é vital para um trabalho eficiente
no computador.
Alguns alunos com seqüelas de paralisia
cerebral têm o tônus muscular flutuante
(atetóide), fazendo com que o processo de
digitação se torne lento e penoso, pela am-
plitude do movimento dos membros superi-
ores na digitação. Um recurso que utilizamos
é a pulseira de peso (fotos 2, 3 e 4), que aju-
da a reduzir a amplitude do movimento cau-
sado pela flutuação no tônus, tornando mais
rápida e eficiente a digitação. Os pesos na
pulseira podem ser acrescentados ou dimi-
nuídos, em função do tamanho, idade e for-
ça do aluno. Determinado aluno, por exem-
plo, utiliza a capacidade total de pesos na
pulseira devido a intensidade da flutuação de
seu tônus e também porque sua complexão
física assim o permite.
Foto 4
















Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008


















Estabilizador
de punho e
abdutor de
polegar










Com
ponteira
para
digitação







Pulseira
de pesos

capítulo 2


Outra órtese que utilizamos é o
estabilizador de punho e abdutor de pole-
gar com ponteira para digitação (fotos 5 e
6), para alunos principalmente com parali-
sia cerebral, que apresentam essas neces-
sidades (estabilização de punho e abdução
de polegar).
Foto 5















Foto 6

















31

capítulo 2


Além dessas adaptações físicas e órteses,
existem várias outras que também podem
ser úteis, dependendo das necessidades es-
pecíficas de cada aluno, como os ponteiros
de cabeça (foto 7) ou hastes fixadas na boca
ou queixo, quando existe o controle da ca-
beça, entre outras.

Foto 7





Trata-se de uma placa de plástico ou acrí-
lico com um furo correspondente em cada
tecla, que é fixada sobre o teclado a uma
pequena distância do mesmo, com a fina-
lidade de evitar que o aluno com dificul-
dades de coordenação motora pressione,
involuntariamente, mais de uma tecla ao
mesmo tempo. Esse aluno deverá procu-
rar o furo correspondente à tecla que de-
seja pressionar.












Adaptações de hardware

Haste
fixada na
cabeça para
digitação

Foto 8

Foto 9

Quando são necessárias adaptações
nos periféricos, na parte física do compu-
tador, antes de se buscar comprar aciona-
dores especiais (switches) ou mesmo peri-
féricos especiais, é fundamental procurar
viabilizar, quando possível, soluções que
utilizem os próprios “acionadores natu-
rais” do computador, o teclado, o mouse
e o microfone. Dessa forma, com muita
freqüência são encontradas soluções de
baixíssimo custo ou mesmo gratuitas, mas
de alta funcionalidade.
Um dos recursos mais simples e eficien-
tes como adaptação de hardware é a más-
cara de teclado ou colméia (fotos 8 e 9).

32



Máscara de
teclado
encaixada no
mesmo. Ao
lado,
máscara de
teclado
sobreposta
ao mesmo



Alunos com dificuldades de coordena-
ção motora associada à deficiência mental
também podem utilizar a máscara de te-
clado junto com “tampões” de papelão ou
cartolina, que deixam à mostra somente as
teclas que serão necessárias para o traba-
lho, em função do software que será utili-
zado (fotos 10 e 11). Desta forma, dimi-
nui-se o número de estímulos visuais (mui-
tas teclas), que podem tornar o trabalho
muito difícil e confuso para alguns alunos,
por causa das suas dificuldades de abstra-
ção ou concentração. Vários tampões po-

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008






dem ser construídos, disponibilizando dife-
rentes conjuntos de teclas, dependendo do
software que será utilizado.
Foto 10












Outras adaptações simples dizem res-
peito ao próprio posicionamento do
hardware (foto 13). Por exemplo, um alu-
no que digita utilizando apenas uma mão,
em certa etapa de seu trabalho e com de-
terminado software que exige que ele pres-
sione duas teclas simultaneamente, desco-
briu que, se colocasse o teclado em seu
colo, na cadeira de rodas, poderia utilizar
também a outra mão para segurar uma
tecla (tecla Ctrl), enquanto pressionava a
outra tecla com a outra mão.
Já outro aluno consegue utilizar o mouse
para pequenos movimentos (uso combina-
do com um simulador de teclado), com a
finalidade de escrever no computador, co-
locando o mouse posicionado em suas per-
nas, sobre um livro de capa dura ou uma
pequena tábua (foto 12).
Outra solução que utilizamos é reposi-
cionar o teclado perto do chão para digitação

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008









Foto 11












Máscara
de teclado
com poucas
teclas
expostas. Ao
lado, teclado
com máscara
coberta












Teclado
reposicionado
para
digitação
com o pé
































Foto 14






Posicionamento
do mouse no
colo do aluno




Abaixo, teclado
com alteração na
inclinação e
fixado à mesa

capítulo 2

Foto 12














Foto 13












com os pés, recurso uti-
lizado por uma aluna
que não consegue
digitar com as mãos
(foto 14). E assim, di-
versas variações podem
ser feitas no posiciona-
mento dos periféricos
para facilitar o trabalho
do aluno, sempre, é
claro, em função das
necessidades específi-
cas de aluno.

33

capítulo 2


Nas pesquisas desenvolvidas desde 1993
pelo Programa InfoEsp, verificou-se que a
imensa maioria das necessidades dos alunos,
detectadas ao longo de todos esses anos,
são resolvidas com recursos de baixo custo.
Ou seja, quebra-se uma certa convicção
generalizada, um certo tabu, de que falar
de adaptações e Tecnologia Assistiva para o
uso do computador por pessoas com defici-
ência significa falar de aparelhos sofistica-
dos, inacessíveis e de altíssimos custos. As
pesquisas e a prática têm desmentido essa
convicção e demonstrado que, na maioria
dos casos, dificuldades e barreiras até bas-
tante complexas podem ser atenuadas ou
eliminadas com recursos de baixíssimo cus-
to, mas de alta funcionalidade.
Além dessas adaptações de hardware,
existem muitas outras que podem ser en-
contradas em empresas especializadas,
como acionadores especiais, mouses adap-
tados, teclados especiais, além de hardwares
especiais como impressoras Braille,
monitores com telas sensíveis ao toque etc.

Softwares especiais de acessibilidade
Alguns dos recursos mais úteis e facil-
mente disponíveis, mas muitas vezes ainda
desconhecidos, são as opções de acessibili-
dade do Windows (pelo caminho: Iniciar/
Configurações/ Painel de Controle/ Opções
de Acessibilidade). Com esses recursos, di-
versas modificações podem ser feitas nas
configurações do computador, adaptando-
o a diferentes necessidades dos alunos. Por

34





exemplo: um aluno que, por dificuldades de
coordenação motora, não consegue utilizar
o mouse, mas pode digitar no teclado (o que
ocorre com muita freqüência), tem a solu-
ção de configurar o computador, nas opções
de acessibilidade, para que a parte numéri-
ca à direita do teclado realize os mesmos
comandos na seta do mouse (que podem
ser realizados por esse instrumento). Além
do mouse, outras configurações podem ser
feitas, como a das teclas de aderência e de
alto contraste na tela, para pessoas com
baixa visão.
Outros exemplos de softwares especi-
ais de acessibilidade são os simuladores de
teclado e os de mouse. Todas as opções de
comando e movimento do mouse e do po-
dem ser exibidas na tela e selecionadas, de
forma direta ou por varredura automática
que o programa realiza sobre todas as op-
ções. Na internet existe, por exemplo, o site
do técnico espanhol Jordi Lagares
(www.lagares.org), no qual são disponibili-
zados para download diversos programas
gratuitos por ele desenvolvidos. Trata-se de
simuladores que podem ser operados de
forma bem simples, além de serem progra-
mas muito “leves”. Com esse simulador de
teclado e de mouse, um aluno do Programa
InfoEsp, por exemplo, com 37 anos, pôde
começar a trabalhar no computador, apren-
der a ler e escrever expressando melhor seu
potencial cognitivo. Esse aluno, que é
tetraplégico, só consegue utilizar o compu-
tador por meio desses simuladores, que lhe

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008





possibilitam transmitir seus comandos ao
computador somente por meio de sopros,
em um microfone. Isto lhe tem permitido,
pela primeira vez na vida, escrever, desenhar,
jogar e realizar diversas atividades que an-
tes lhe eram impossíveis, possibilitando que
sua inteligência, antes aprisionada em um
corpo extremamente limitado, encontrasse
novos canais de expressão e desenvolvimen-
to (fotos 15, 16 e 17).

Foto 15













Foto 17










Comandando o
computador
com sopros no
microfone


Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008


















Foto 16













O microfone é
fixado à cabeça.
Ao lado, todos os
periféricos são
reposicionados
para facilitar o
trabalho

capítulo 2


Entretanto, alguns alunos têm dificulda-
des na articulação ou na sincronicidade
exigida na emissão desses sons ou ruídos no
microfone. A solução que encontramos foi
acoplar ao microfone, por meio de fitas ade-
sivas, um daqueles pequenos brinquedos
infantis de borracha que produzem sons
quando são pressionados. Dessa forma, o
aluno pode comandar a varredura pressio-
nando o brinquedo com a parte do corpo
na qual possua melhor controle (mão, pé,
joelho, cabeça etc.). Com a pressão, o brin-
quedo emite o som no microfone, que acio-
na a varredura (fotos 18 e 19).
Foto 18
Microfone
com brinquedo
de pressão
acoplado




Dispositivo
em uso
através de
pressão com
a mão
Foto 19












35

capítulo 2


Com esses simula-
dores também podem
ser acionados ruídos
pequenos ou movi-
mentos voluntários fei-
tos por diversas partes
do corpo, por piscadas
ou movimento dos
olhos, com o uso de
outros acionadores.
Outros recursos
bem simples, porém






Foto 20








Mouse adaptado com plug






Foto 21





Acionador confeccionado
com botão liga/desliga de
computador






Foto 22








Switches para acionamento
com a cabeça, feito com
botão grande de sucata

bastante úteis, são desenvolvidos pela equi-
pe do Programa InfoEsp. O professor Wesley
Silveira Santos desenvolve adaptações nos
mouses comuns com a instalação de plugs
laterais, disponibilizando uma extensão do
terminal do clique no botão esquerdo do
mouse (foto 20). Com freqüência, um sim-
ples clique no botão esquerdo do mouse é
suficiente para que o aluno possa desenvol-
ver qualquer atividade no computador, co-
mandando a varredura automática de um
software, tal como escrever, desenhar, nave-
gar na internet, mandar e-mail etc. Para que
isso seja possível, também são desenvolvidos
no Programa diferentes acionadores
(switches) para serem conectados nesses
plugs dos mouses e, assim, poder efetuar o
comando correspondente ao clique no bo-
tão esquerdo com a parte do corpo que o
aluno tiver o controle voluntário (braços, per-
nas, pés, cabeça etc.). Esses acionadores são
construídos até mesmo com sucata de com-
putador, aproveitando botões de liga/ desli-

36

ga, às vezes para serem presos nos próprios
dedos do aluno ou para acionamento com a
cabeça (fotos 21 e 22). São soluções simples,
de custo praticamente nulo, porém de alta
funcionalidade, e que se tornam, muitas ve-
zes, a diferença para alguns alunos entre
poder ou não utilizar o computador.
Normalmente, os softwares especiais de
acessibilidade que funcionam com varredura
automática aceitam o teclado, o mouse e/ou
o microfone como acionadores (controladores)
dessa varredura. Como exemplo, temos os
softwares simuladores de teclado e os simula-
dores de mouse para a construção de pran-
chas de comunicação alternativa. O problema
é que diversos alunos não conseguem utilizar
o mouse, nem o teclado, nem o microfone, se
estes não forem, de alguma forma, modifica-
dos ou adaptados. Dar um clique no botão
esquerdo do mouse, por exemplo, pode ser
uma tarefa muito difícil ou mesmo impossível
para alguns alunos, em função ou das suas
dificuldades de coordenação motora fina, ou

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008






por causa de alterações anatômicas em seus
membros superiores que impedem a execu-
ção dessa tarefa. Outra sugestão que aqui
apresentamos possibilita ampliar a área de
acionamento do botão esquerdo do mouse
para uma superfície bem maior, com o mes-
mo efeito de um simples clique no botão.
Trata-se de uma caixa comum para
armazenamento de fita de vídeo VHS, den-
tro da qual é introduzido e fixado, com tira
de velcro, um mouse. Na capa dessa caixa é
colada uma borracha comum de apagar lá-
pis, na altura exata onde se encontra o bo-
tão esquerdo do mouse. A capa da caixa
deve ficar semifechada, podendo ser utili-
zadas pequenas faixas de velcro para mantê-
la nessa posição. Colocando esse dispositi-
vo na frente do aluno, quando ele pressio-
nar qualquer lugar na capa da caixa, a bor-
racha em relevo em seu interior da mesma
entrará em contato com o botão esquerdo
do mouse. O efeito será o acionamento do
botão (fotos 23, 24 e 25).
Existem diversos sites na internet que

capítulo 2


disponibilizam gratuitamente simuladores e
programas especiais de acessibilidade. Atu-
almente, é possível controlar a seta do
mouse apenas com o movimento do nariz,
captado por uma webcam comum. Ou seja,
uma pessoa tetraplégica, que mantenha o
controle de cabeça, pode realizar qualquer
atividade no computador apenas movimen-
tando a cabeça, sem necessidade de ne-
nhum equipamento especial e com o uso
de um software gratuito, disponível no se-
guinte link da internet:

www.vodafone.es/VodafoneFundacion/FundacionVodafone/0,,25311-6337,00.html
Para pessoas com deficiência visual, exis-
tem os softwares que fazem o computador
“falar”:


Foto 23








Caixa de fita VHS com
mouse no interior


Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008


Foto 24



Visão
frontal do
dispositivo
em uso



Visão
posterior do
dispositivo


Foto 25







Para os cegos,
existem progra-
mas como o
DOSVOX, o Virtu-
al Vision, o Bridge,
Jaws e outros.

37


capítulo 2


IV – CONCLUSÕES
Além de todos estes recursos de acessi-
bilidade que apresentamos, existem outros
tipos e dimensões de acessibilidade que tam-
bém são pesquisados e estudados por ou-
tros profissionais, como as pesquisas sobre
acessibilidade física, que estudam as barrei-
ras arquitetônicas para as pessoas com de
deficiência e as formas de evitá-las (por
exemplo, a Comissão Civil de Acessibilida-
de, de Salvador). Outro conceito novo é o
de acessibilidade virtual, que estuda as me-
lhores maneiras de tornar a internet acessí-
vel a todas as pessoas.
É importante ressaltar que as decisões
sobre os recursos de acessibilidade que se-
rão utilizados com os alunos têm que partir
de um estudo pormenorizado e individual,
com cada aluno. Deve começar com uma
análise detalhada e escuta aprofundada de
suas necessidades, para, a partir daí, ir op-
tando pelos recursos que melhor respondem
a essas necessidades. Em alguns casos, é
necessária também a escuta de outros pro-
fissionais, como terapeutas ocupacionais e
fisioterapeutas, antes da decisão sobre a
melhor adaptação a ser utilizada. Todas as
pesquisas, estudos e adaptações que fomos
construindo ou captando no Programa
InfoEsp ao longo dos anos, partiram das
necessidades concretas dos nossos alunos.
Enfim, cremos que todas essas possibili-
dades de Tecnologia Assistiva ajudam a dei-
xar ainda mais claro, mais evidente, o enor-
me potencial de desenvolvimento e apren-

38





dizagem das pessoas com diferentes tipos
de deficiência, o que, muitas vezes, não é
tão transparente, tão facilmente perceptí-
vel, nas interações corriqueiras do dia-a-dia,
na ausência desses recursos. Disponibilizar
a essas pessoas novos recursos de acessibili-
dade, novos ambientes, na verdade, uma
nova sociedade, que as inclua em seus pro-
jetos e possibilidades, não significa apenas
propiciar o crescimento e a auto-realização
da pessoa com deficiência, mas, principal-
mente: é possibilitar a essa sociedade cres-
cer, expandir-se, humanizar-se, através das
riquezas de um maior e mais harmonioso
convívio com as diferenças.

Websites referenciados ou com temática afim
Programa InfoEsp/OSID – www.infoesp.net
DOSVOX: http://caec.nce.ufrj.br/~dosvox/index.html
NIED/UNICAMP – http://www.nied.unicamp.br
NIEE/UFRGS – http://www.niee.ufrgs.br
PROINFO/MEC-textos: http://www.proinfo.mec.gov.br/ , BIBLIOTECA
Softwares Especiais- Jordi Lagares: http://www.lagares.org
Softwares Especiais- http://www.cv.iit.nrc.ca/research/Nouse/index2.html
Softwares Especiais- http://www.cameramouse.com
Softwares Especiais- http://intervox.nce.ufrj.br/motrix/
Softwares Especiais- Saci: www.saci.org.br/?modulo=akemi¶metro=3847
Tecnologia Assistiva: www.assistiva.org.br
Tecnologia Assistiva: www.ajudas.com
Tecnologia Assistiva: http://www.ajudastecnicas.gov.pt
Tecnologia Assistiva: http://www.saci.org.br
Tecnologia Assistiva: www.cnotinfor.pt/inclusiva/report_tecnologia_assistiva_pt.html
Tecnologia Assistiva: www.cnotinfor.pt/inclusiva/
report_material_pedagogico_e_tecnologias_assitivas_pt.html
Tecnologia Assistiva: http://www.geocities.com/to_usp.geo/principalta.html
Tecnologia Assistiva: http://www.clik.com.br/
Tecnologia Assistiva: http://www.expansao.com


Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008











2.2
Softwares
especiais de
acessibilidade:
categorias e
exemplos

>









Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008

capítulo 2


a) Simuladores de teclado

Consiste na imagem de um teclado que
aparece na tela do computador, quando exe-
cutado o programa, e que substitui o teclado
físico, para pessoas que não conseguem
utilizá-lo. As teclas acionadas no teclado vir-
tual realizam as mesmas funções, tarefas e
comandos do teclado físico, interagindo com
os demais softwares que necessitam do te-
clado. Esse teclado virtual pode ser utilizado
ou por acionamento direto, acionando com
cliques do mouse sobre suas teclas, ou por
meio de mecanismos automáticos de varre-
dura. Essa varredura automática pode ser
controlada por diferentes acionadores: por
cliques no mouse, acionando determinadas
teclas do teclado físico, por sons no microfo-
ne e por switches especiais.

Usuários: pessoas com comprometimento
motor de moderado a severo.

Exemplos:
Teclado virtual do Windows: ver recursos
de acessibilidade do Windows. Dispõe do
recurso de varredura automática, que pode
ser acionada por determinadas teclas do
teclado físico, joystick e por switch
conectado a uma porta serial ou paralela.

Teclado: software espanhol de Jordi Laga-
res, gratuito, disponível na internet. Dispõe
do recurso de varredura automática que
pode ser acionada por determinadas teclas

39

capítulo 2


do teclado físico, por clique no mouse e por
sons no microfone. Disponível para
download no seguinte endereço:
www.xtec.cat/~jlagares/f2kesp.htm (acom-
panha arquivo tutorial).















Teclado amigo: software gratuito, dis-
ponível na internet. Dispõe do recurso de
varredura automática que pode ser aciona-
da por determinadas teclas do teclado físi-


















40





co ou por clique no mouse. Disponível para
download no seguinte endereço:
w w w . s a c i . o r g . b r / ? m o d u l o = a k e m i &
parametro=3847 (kitsaci2)

Explicações online no seguinte endereço:
www.saci.org.br/pub/kitsaci2/teclado.html

b) Simuladores de mouse

Tipo 1: Consiste na imagem de uma
barra com botões que representam todas as
funções possíveis de um mouse. Esse mouse
virtual é acionado por mecanismo de varre-
dura automática. A varredura automática
pode ser controlada por diferentes aciona-
dores: cliques no mouse físico, determina-
das teclas do teclado físico, sons no micro-
fone e switches especiais.
Usuários: pessoas com comprometi-
mento motor severo.
Exemplo: Rata Plaphoons, software es-
panhol gratuito de autoria de Jordi Lagares.
Disponível na internet para download nos
endereços:
www.lagares.org ou www.xtec.cat/~jlagares/
f2kesp.htm (acompanha arquivo tutorial)











Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008























CameraMouse.

capítulo 2



Tipo 2: Consiste em um programa de
controle da seta do mouse por meio de
movimentos da cabeça (ou do nariz). Por
meio desses movimentos é possível realizar
todas as tarefas ou comandos realizados
com o mouse físico. Os movimentos da ca-
beça (ou nariz) são captados por uma
webcam e transformados em comando ao
computador pelo software.
Usuários: pessoas com comprometi-
mento motor severo (tetraplegia, por exem-
plo), mas com controle de cabeça preserva-
do. Exemplos gratuitos: HeadDev. Disponí-
vel para download em
h t t p : / / f u n d a c i o n . v o d a f o n e . e s /
VodafoneFundacion/FundacionVodafone/
0,,25311,00.html

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008

Disponível para download em:
http://www.cameramouse.org/

























41


capítulo 2


HeadMouse. Disponível para download em:
h t t p : / / r o b o t i c a . u d l . e s / h e a d m o u s e /
headmouse.html

c) Ampliadores de tela

São softwares que ampliam todos os ele-
mentos da tela, determinadas áreas da tela e
a região onde se encontra a seta do mouse.
Normalmente, permitem que o tamanho da
ampliação seja configurável, para responder
às necessidades específicas de cada usuário.
Usuários: pessoas com baixa visão (vi-
são sub-normal). Exemplos: lente de au-
mento do Windows. Ver recursos de aces-
sibilidade do Windows.


















Lupa virtual. Diversos tipos podem ser
encontrados para download no seguinte
endereço:
http://terrabrasil.softonic.com/seccion/141/Lupas

42


























d) Leitores de tela

São softwares que fornecem informa-
ções por síntese de voz sobre todos os ele-
mentos que são exibidos na tela do compu-
tador, fazendo principalmente a leitura dos
elementos textuais e cujos comandos são
executados exclusivamente no teclado co-
mum. Diferentes combinações de teclas de
atalho permitem, por exemplo, a navega-
ção em uma página da internet ou a edição
e leitura de textos.
Usuários: principalmente pessoas cegas.
Outros usuários também têm se beneficia-
do desses softwares, como pessoas surdas
em treinamento do uso de implante coclear,
pessoas com deficiência intelectual em pro-
cesso de alfabetização e outras. Exemplos:

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008





JAWS
http://www.lerparaver.com/jaws/index.html (em
português)
http://www.freedomscientific.com/fs_products/
software_jaws.asp
DOSVOX (gratuito)
http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/
VIRTUAL VISION
http://www.micropower.com.br/v3/pt/acessibili-
dade/vv5/index.asp

e) Softwares para
comunicação alternativa

São softwares que permitem a comunica-
ção por meio de símbolos, imagens, textos ou
síntese de voz, no computador. Os mais co-
nhecidos e utilizados são os softwares para a
construção de pranchas de comunicação.
Geralmente, utilizam símbolos de diferentes
métodos de comunicação alternativa (Bliss,
PCS, PIC etc) ou símbolos personalizados, cap-
turados de diferentes fontes, além de textos e
sons. A comunicação através das pranchas
construídas pode ser controlada por aciona-
mento direto, por meio de cliques do mouse
sobre suas células ou por mecanismos auto-
máticos de varredura. Essa varredura automá-
tica pode ser controlada por diferentes acio-
nadores: cliques no mouse, teclas aleatórias
do teclado físico, sons no microfone e switches
especiais. O acionamento das células das pran-
chas pode produzir respostas por meio de co-
res, textos, sinais sonoros e fala digitalizada.

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008

capítulo 2


Usuários: pessoas com comprometimento
motor de moderado a severo, com incapa-
cidade de comunicação oral. Exemplos:

Plaphoons. Software espanhol gratuito de
autoria de Jordi Lagares, disponível na internet,
para download, nos seguintes endereços:
www.lagares.org ou www.xtec.cat/~jlagares/
f2kesp.htm (acompanha arquivo tutorial)

































43

capítulo 2


Comunique. Disponível em:
http://www.comunicacaoalternativa.com.br/
adcaa/DISTRIB/softwarecomunique.asp
BoardMaker. Informações em:
http://www.clik.com.br/mj_01.html#boardmaker
Speaking Dynamically Pro. Informações em:
http://www.clik.com.br/mj_01.html#SDP

f) Preditores de texto

São softwares que fornecem uma lista
de sugestões de palavras mais prováveis,
após as primeiras letras serem digitadas,
possibilitando a escolha da palavra deseja-
da por meio de teclas de atalho, tornando
mais rápida a digitação para pessoas com
problemas motores que tornam a digitação
lenta ou com erros freqüentes. Podem fun-
cionar em conjunto com editores de texto
comuns ou acoplados a teclados virtuais que
possuem editores de texto próprios. Alguns
desses softwares “aprendem” as palavras
mais freqüentemente utilizadas por deter-
minado usuário, passando a incluí-las nas
suas listas de palavras mais prováveis, de-
pois de um determinado tempo.
Usuários: pessoas com comprometi-
mento motor de moderado a severo, que
torna a digitação de textos mais lenta ou
com erros freqüentes. Exemplo:

Eugênio. Software gratuito português,
com manual, disponível em:
http://www.l2f.inesc-id.pt/~lco/eugenio/

44























g) Softwares mistos

São softwares que disponibilizam funci-
onalidades de mais de uma das diferentes
categorias anteriores.
Usuários: os mesmos usuários das cate-
gorias correspondentes às funcionalidades
que o software disponibiliza. Exemplo:

MicroFenix/ falador: é um software
gratuito que combina a edição de mensa-
gens pré-estabelecidas, com síntese de voz,
para comunicação alternativa, e que pos-
sui também teclado virtual, simulador de
mouse e outras funcionalidades, com var-
redura automática acionada por teclado,
switches especiais e sons no microfone. Está
disponível para download, com manual, no
seguinte endereço:
http://intervox.nce.ufrj.br/microfenix/

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008


























Esses são apenas alguns exemplos de
softwares especiais de acessibilidade, num
universo bastante amplo e em crescente
expansão. Várias outras possibilidades po-
dem ser encontradas no mercado ou mes-
mo na internet, com muita freqüência dis-
poníveis gratuitamente para download.

h) Holos – Sistema educacional

O Holos, desenvolvido pela Associação
dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE)
de Bauru (SP), é distribuído gratuitamente.
O sistema e seu manual estão no site
www.bauru.apaebrasil.org.br. Este software
é flexível, pois possibilita ao educador defi-
nir parâmetros em cada atividade, individu-
alizando a experiência de ensino e aprendi-

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008

capítulo 2


zagem. O conteúdo é dinâmico e pode ser
adaptado à realidade sócio-educacional de
cada aluno. Oferece atividades relacionadas
às competências cognitivas, sócioafetivas,
motoras e lingüísticas, considerando o edu-
cando na sua totalidade.
As imagens, letras, números, palavras,
sons, reforçadores entre outras característi-
cas, têm configuração livre/ aberta, permi-
tindo ao educador a construção de um ban-
co de dados de imagens, sons, letras, nú-
meros, palavras etc, podendo utilizar fotos
ou imagens digitalizadas, buscar imagens na
internet e utilizar nas atividades propostas
com conteúdo contextualizado à realidade
sóciocultural do aluno, bem como montar
atividades ou aulas que atendam aos obje-
tivos pré-estabelecidos em sala de aula. O
educador tem a opção de salvar suas ativi-
dade, bem como montar aulas, podendo
assim atuar como mediador durante a reali-
zação das mesmas. O Holos é um sistema
cujas principais finalidades estão voltadas
ao desenvolvimento de habilidades e com-
petências cognitivas, lingüísticas, sócioa-
fetivas, motoras e educação em direito e ci-
dadania, a ocorrerem por meio das ativida-
des de: filmes, sobreposição, ligação, que-
bra-cabeça, jogo de conjunto, jogo da me-
mória, trabalho e direito e cidadania.

Algumas outras possibilidades podem
ser encontradas no seguinte endereço:
h t t p : / / w w w. a c e s s i b i l i d a d e . n e t / a t / k i t /
computador.htm

45

capítulo 3


















Sugestões para
as escolas
>




Autoria:
Leda Maria Borges da Cunha Rodrigues
Luci Regina Alves de Paula
Luciana Marçal da Silva
Rose Maria Carrara Orlato
Vânia Melo Bruggner Grassi

APAE de Bauru

46





A inclusão educacional das pessoas
com deficiência é um fato inques-
tionável. O acesso à escola de alu-
nos com deficiência e transtornos globais do
desenvolvimento já é uma realidade em nos-
so país, e a sua participação e aprendiza-
gem exigem que se desloque o foco da “de-
ficiência” para eliminação das barreiras que
se interpõem às pessoas nos processos edu-
cacionais. Com este trabalho esperamos
contribuir com as escolas públicas e priva-
das, no sentido de fortalecer a filosofia edu-
cacional da não discriminação e da efetiva
participação, que possibilitem o desenvolvi-
mento das capacidades de todos os alunos,
bem como sua inclusão social.
Apresentaremos, a seguir, recursos de
acessibilidade para a autonomia e inclusão
educacional e sócio-digital da pessoa com
deficiência, agrupados em:

Estimulação sensorial;
Lazer e recreação;
Comunicação alternativa;
Facilitadores de preensão;
Recursos pedagógicos;
Atividade de vida diária (AVD);
Informática;
Mobiliário;
Transporte escolar.

3.1 Estimulação sensorial: Ambientes
e recursos utilizados para estimulação de
todos os sentidos: visual, auditivo, tátil,
gustativo e olfativo.

Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008






Kit Luva

capítulo 3

































Tapete sensorial
Tapete com diferentes texturas, cores
e sensação térmica, para estimulação
sensorial. Podendo ser confeccionado
com: EVA, estopa, feltro, cortiça,
tapete carrapicho, madeira, tecido
plush, couro, manta acrílica etc.


Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008










Jardim sensorial
Oferece, por meio de atividades
dirigidas pelo professor, a possibilidade
de os alunos terem contato sensorial
com a natureza através do olfato, do
paladar, do tato, da visão e da audição,
estimulando assim todos os sentidos




Chocalho adaptado
Confeccionado com duas mini garrafas pet
contendo objetos, como: contas, guizos,
grãos. As garrafas podem ser unidas com
fita adesiva. Detalhe: elástico com velcro
nas pontas para fixar junto ao corpo do
aluno, estimulando a audição por meio do
movimento e do som

Painel em tecido, com bolsos em
plástico transparente, utilizado
para armazenar objetos que serão
empregados nas atividades de
estimulação sensorial, contendo:
5 potes para estimulação gustativa
(Ex.: doces, salgados e azedo);
5 vidros para estimulação olfativa
(Ex.: pó de café, temperos etc.);
5 objetos para estimulação auditiva
(Ex.: chocalho, guizo, apito etc.);
5 objetos para estimulação visual
(Ex.: lanterna, brinquedos com cores
contrastantes e brilho);
5 objetos para estimulação tátil (Ex.:
esponja, lixa, massa de modelar etc.)











































47


capítulo 3


3.2 Lazer e recreação: Adaptações que auxiliam o brincar, com a participação de todos
os alunos, incluindo aqueles com dificuldade de equilíbrio e de coordenação motora.




Balanço e gangorra adaptados
Adaptar balanço, gangorra e outros brinquedos do parque, substituindo
o assento por cadeiras tipo concha, com cinto de segurança,
confeccionados com tecidos resistentes e velcro





Balanço adaptado
Implementar o parque com adaptações,
garantindo acessibilidade e segurança.
Exemplo: balanço acessível para todos,
inclusive para cadeirantes





Túnel em PVC
Estrutura em PVC, com aproximadamente 2 metros de comprimento,
contendo brinquedos suspensos em cadarço ou cordão (não utilizar
elástico), estimulando a mobilidade




Calça de posicionamento
Utilizar calça em tecido e/ou material
impermeável preenchida com flocos de
espuma, para posicionar aluno com
dificuldades motoras (sem controle de
tronco), durante as atividades no chão



48



Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008








Jogos adaptados

capítulo 3






Triciclo adaptado
Adaptar triciclo com suporte em PVC fixados com rebites e
velcro nas manoplas e nos pedais, visando apoio e segurança
para os pés e mãos. As crianças com dificuldade motora
também tem o direito de explorar o ambiente e vivenciar
brincadeiras que contribuam para o seu desenvolvimento



Jogo
adaptado
Confeccionar
um grande
círculo com
tecido
colorido,
resistente e
leve, tipo
tactel









Suporte regulável
Suporte móvel e regulável para apoiar materiais
diversos, confeccionado em chapa de ferro e metalon,
para facilitar manuseio e o alcance do aluno. Exemplo:
aula de música utilizando tamborim


Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008

O professor pode adaptar jogos com recursos simples, como
jogo da velha confeccionado com cones de linha e pedaço de
madeira, propiciando acessibilidade ao lazer










Jogo adaptado
Arco confeccionado
com bambolê, revestido
em EVA, suspenso com
corda e gancho tipo
mosquetão para
regulagem da altura.
Nesta brincadeira
trabalha-se equilibrio,
coordenação motora,
esquema corporal e
espacial


Jogo adaptado
O professor pode adaptar a brincadeira de bola ao cesto,
para crianças com
dificuldade de
coordenação motora,
utilizando cano de
PVC cortado como
canaleta, tendo uma
das extremidades um
cesto e a outra fixada
ou apoiada
manualmente


49


capítulo 3


3.3 Comunicação alternativa: Recursos utilizados para facilitar a
comunicação e aprendizagem de alunos com alterações cognitivas e/ou sensoriais.












Painel de comunicação
Painel em aço galvanizado para fixar fichas de comunicação




























50

imantadas. Neste caso estão sendo utilizado fichas construídas
com objetos reais e concretos da rotina do aluno. Os objetos
são colados sobre EVA com cola quente ou cola de contato. O
EVA facilita a sustenção e o manuseio da ficha



Kit de miniaturas
Miniaturas de objetos de diferentes categorias como:
alimentos, produtos de higiene, utensílios de cozinha,
entre outros. Utilizados como referência de
comunicação e também aprendizagem

Bolsa para comunicação
Bolsa confeccionada em tecido resistente com
repartições em plástico transparente, para o
transporte de objetos que são utilizados como
referência de comunicação














Recursos pedagógicos
O professor poderá utilizar materiais existentes na
própria escola como recurso de comunicação. Neste
exemplo a aluna utiliza o alfabeto móvel em madeira,
organizado como prancha de comunicação, apontando
as letras do alfabeto para responder ao professor


Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008








Painel móvel
Painel móvel com estrutura
em metalon revestido em
eucatex com chapa de aço
galvanizado para materiais
imantados. É importante
que o painel seja móvel
para ser posicionado
próximo ao aluno e
transportado para todas as
dependências da escola


Carteira imantada
Carteira em madeira e
aço galvanizado, com
regulagem de altura e
inclinação para facilitar
o manuseio das fichas
de comunicação.
Sugestão: poderá ser




















Álbum individual de comunicação

capítulo 3





Bolsa para
comunicação
Bolsa confeccionada em
tecido resistente para ser
usada pelo professor no
transporte de materiais
de comunicação do
aluno, visando a
utilização em todos os
ambientes


Recurso de
comunicação
alternativa
Para uso individual e
personalizado. Pode ser
confeccionado com
álbum de fotografia ou
cardápio, contendo

colocado aço
galvanizado na própria carteira do aluno, tendo-se o cuidado
de proteger as bordas para evitar acidentes. Essa mesa também
pode ser utilizada nas demais atividades de sala


Livro adaptado
Livro de história, adaptado com
fichas de comunicação, contendo
imagens que substituem o texto,
com objetivo de facilitar a
compreensão e a interação do
aluno. Além de ser um recurso para
o trabalho com pessoas deficientes,
este livro também pode ser utilizado
por alunos que ainda não estão
alfabetizados ou que apresentam
dificuldades específicas de leitura


Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008

imagens utilizadas na comunicação do aluno. Sugestão:
pesquisar imagens na internet, revistas, utilizar rótulos,
embalagens, fotos, entre outros. Importante considerar a
funcionalidade das imagens para cada aluno


Prancha de
comunicação
Confeccionada
em prancheta ou
papelão, com
figuras do PCS
ou imagens reais,
para facilitar a
comunicação e
expressão dos
alunos durante
as atividades





















51


capítulo 3


3.4 Facilitadores de preensão: Adaptadores para facilitar a preensão de alunos com dificuldades motoras, impossibi-
litados de segurar objetos escolares de espessura fina, ampliando assim suas possibilidades para diversas atividades.










Adaptador































52

para pintura
Confeccionado com cone de fio de
máquina de overlock, revestido em EVA

Adpatador
para pintura
Confeccionado
com pedaços de
espaguete de
piscina, revestido
em EVA



Lápis ou caneta adaptados
Fixados na madeira com parafuso, na posição diagonal

Adaptador
de rolo
Para pintura, confeccionado com cone de linha de máquina de
overlock, com o interior preenchido de massa de biscuit, epox
ou espaguete de piscina, para fixação do cabo do rolo







Adaptador para escrita
Lápis engrossado com borracha quadrada e fina.
Sugestão: borracha vazada, encontrada em lojas
especializadas para reposição de peças automotivas


Adaptador para escrita
Lápis ou caneta engrossado com manopla de bicicleta na qual o
lápis é fixado com uma mistura de pó de ferro com cola branca,
que aumenta seu peso de maneira a melhorar sua usabilidade
com alunos que
apresentem dificuldade de
coordenação e preensão.
No caso de alunos que
tenham apenas dificuldade de preensão, preencher com massa
de biscuit, isopor, EVA, epox ou poliflex, que são menos pesados


Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008


capítulo 3


3.5 Recursos pedagógicos: Adaptar recursos para facilitar a compreensão e execu-
ção por alunos com dificuldade de coordenação motora, déficit visual e cognitivo,
proporcionando-lhe mais independência e autonomia na execução das atividades







Desenho com giz de cera
Utilizar giz de cera de
diferentes espessuras e formas
já existentes no mercado













Sistemas de trabalho



Folha fixada
Em caderno de
madeira, com
linhas de elástico,
favorecendo a
orientação
espacial durante
a escrita



Seqüência lógica
Adicionar ao jogo de
sequência lógica de
imagens, frases
correspondentes a
história. Adaptar o material com madeira ou
EVA para aumentar a expessura e colar imã
para fixar as peças na placa de aço










Régua
adaptada
Com pino, em madeira
engrossada com poliflex,
encontrado em lojas para
produtos de refrigeração







Tesoura adaptada
Com fio de aço encapado,
com efeito de mola

Forma organizada de criar recursos de
aprendizagem com pistas visuais ou auditivas.
Para
confeccionar
aproveite
material
pedagógico
já existentes
na escola (jogo de memória, pareamento,
seqüência lógica etc), adaptando-os, com base
de madeira ou papelão, para dar sustentação;
placa de aço galvanizado e imãs nas peças, para
fixação; bolsa com ziper ou potes diversos, para
depósito, facilitando o manuseio

Materiais com textura
O professor poderá fazer
adaptações simples nos
recursos pedagógicos
existentes na escola, para
estimular a discriminação e
reconhecimento tátil,
revestindo com diferentes
texturas as peças do material






Jogos de categorização
Em atividades de categorização semântica com
miniaturas de diversos tipos, adaptar os objetos
com velcro que possam ser fixados em quadro
de madeira. Para facilitar o alcance e a
visualização do aluno o quadro pode ser
utilizado em suporte tipo tripé

Materiais adaptados
Adaptar os recursos
pedagógicos existentes
com materiais simples e
de baixo custo. Exemplo:
fixar os jogos em base de madeira ou papelão,
dando-lhes sustentação; utilizar garrafa pet
como depósito de peças, facilitando o acesso às
mesmas; colar no verso dos objetos velcro ou
imã para fixação do material e manuseio pelo
aluno; inclinar o recurso para facilitar a
visualização e execução da atividade



Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008


53


capítulo 3


3.6 AVD – Atividades de vida diária (AVD): Adaptações para objetos de higiene pessoal e
alimentação, para alunos com dificuldade de coordenação motora e preensão manual, visando
maior autonomia dos mesmos na realização de suas tarefas.




















Contentor de alimentos



Manoplas
O talher pode ser
engrossado com manopla
de bicicleta com peso. E,
para fixar o talher na
manopla, preencher o
interior com mistura de pó
de ferro e cola branca


Poliflex
O talher
também pode
ser engrossado
com poliflex,
encontrado em
lojas para produtos
de refrigeração













Adaptação em
PVC ou tecido
Com velcro para
escova de dentes,
que pode ser
utilizado em
outros objetos de
AVD como o

Em PVC, com hastes para fixar na borda do prato.
O talher poderá ser fixado com velcro na mão do aluno,
caso o mesmo tenha dificuldade em mantê-lo











Avental prático
Confeccionado com
tecido atoalhado,
forrado com plástico

pente, escova de
cabelo, batom etc.






54

ou tecido impermeável, para evitar
o acúmulo de resíduos alimentares
e salivas no vestuário do aluno


Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008


capítulo 3


3.7 Informática: adaptações para Laboratório de Informática, visando facilitar o acesso do aluno aos recursos.










Mesa em madeira
Revestida em fórmica com estrutura de ferro regulável em altura
e base, com pés em “U”, para aproximar do aluno objetos de
qualquer natureza. Exemplo: teclado de computador

Máscara para teclado
Confeccionada em EVA e cola de contato,
deixando
exposto
somente
as teclas
que serão
utilizadas










Antiderrapante
para objetos
Cortado na medida necessária.
Vendido em lojas especializadas em tapeçaria


Máscara para teclado
Confeccionada com polipropileno e
rebites, deixando exposto somente as
teclas que serão utilizadas. Pulseira de
peso confeccionada em tecido resistente,
com velcro nas extremidades, preenchida
com pequenos saquinhos de areia. O uso
da pulseira deve ser orientado por um
profissional especializado





Observação:
para adequar a
postura, nos dois
primeiros exemplos,




3.8 Mobiliário: adaptações de mobiliário, visando
adequá-lo à postura do aluno, contribuindo para o
maior conforto e aumento do seu rendimento escolar.

é importante notar
altura dos
cotovelos em relação
a mesa, sem elevar
os ombros, mantendo
a coluna ereta e os
pés inteiros no chão

Sugestões para adaptar o
mobiliário de sala de aula:
a escola poderá modificar a cadeira
e/ou carteira aumentando ou
diminuindo sua altura;
os apoio de pés podem ser em
madeira ou lista telefônica revestida

Mesa ou carteira escolar
Individual, confeccionada
com estrutura de ferro e
tampo de madeira revestida
em formica ou aço
galvanizado. com regulagem
de altura e inclinação



Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008



55


capítulo 3


3.9 Transporte escolar: Adaptações em veículos que promovam o acesso com segurança à escola.


Adaptação
de cadeira
(existente
no mercado)
Para transporte,
que garanta a
segurança e
conforto do
aluno, com:

fixação da
cadeira no
banco original

Cadeira adaptada para transporte
Confeccionada com estrutura de madeira, forrada com
espuma, revestida com tecido impermeável e cinto de segurança.
Se necessário utilizar outras adaptações para segurança e
posicionamento adequado do aluno, durante o transporte









Degrau móvel
Confeccionado
em madeira
com borracha
antiderrapante na
superfície, servindo
de complemento
para escada do
veículo não
adaptado


56

do transporte;
apoio para
os pés;
cinto de
segurança









Plataforma
elevatória
Para acesso
de cadeirantes.
É importante que
a escola garanta
acessibilidade
ao transporte
escolar de todos
os alunos



Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008
















Recomendações finais

capítulo 3



Como é possível verificar em nossas considerações, ensinar alunos tão diferentes
uns dos outros exige a reconstrução de conceitos, reavaliação da filosofia de inclusão
da escola e redimensionamento do projeto político pedagógico. Assim, será útil para o
bom andamento do trabalho pedagógico e para a obtenção dos resultados desejados:

Propor ações pedagógicas que evidenciem o começo, meio e fim de cada atividade;
Conhecer cada aluno na sua individualidade, respeitando seu ritmo e tempo de
aprendizagem, buscando a interação com a família e outros profissionais envolvidos;
Oferecer um ambiente estimulante, encorajador, socialmente receptivo e afetivamente
acolhedor, enfim, favorável ao desenvolvimento de todos;
Garantir o posicionamento correto do aluno, o qual contribui para seu bom desem-
penho;
Evitar barreiras arquitetônicas, instrumentais, comunicacionais e atitudinais na sala
de aula e nas demais dependências da escola;
Estabelecer limites e regras para favorecer a convivência em grupo;
Considerar a importância da seleção do tipo de material utilizado, nos aspectos:
segurança e higiene;
Ser agente transformador para um mundo mais justo, solidário e inclusivo.

É importante ressaltar que não existem receitas prontas para atender a cada neces-
sidade educacional especial. A escola, além das orientações compartilhadas, deve bus-
car informações e orientações que ampliem as possibilidades, para que todos os alunos
encontrem um ambiente adequado e acessível.


Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008


57


Realização


ITS BRASIL
> O Instituto de Tecnologia Social (ITS Brasil) é uma
associação de direito privado, qualificada como OSCIP






PARCERIAS






































58

(Organização da Sociedade Civil de Interesse Públi-
co). Tem como missão: “Promover a geração, o de-
senvolvimento e o aproveitamento de tecnologias
voltadas para o interesse social e reunir as condições
de mobilização do conhecimento, a fim de que se
atendam as demandas da população”.
Em suas atividades, busca contribuir para a cons-
trução de “pontes” eficazes das demandas e neces-
sidades da população com a produção de conheci-
mento do país, qualquer que seja o lugar onde é pro-
duzido - instituições de pesquisa e ensino, ONGs,
movimentos populares, poderes público e privado.
Desde sua fundação, vem trabalhando pela am-
pliação do acesso ao sistema nacional de Ciência,
Tecnologia e Inovação (CT&I) e, especialmente, para
afirmar o papel das organizações da sociedade civil
como produtoras de conhecimento, articulando es-
sas instituições em torno de uma cultura da Ciên-
cia, Tecnologia e Inovação comprometida com o
fortalecimento da cidadania e a inclusão social.
O ITS Brasil, aplicando uma metodologia
participativa, elaborou o conceito de tecnologia so-
cial: “Conjunto de técnicas e metodologias
transformadoras, desenvolvidas e/ou aplicadas na
interação com a população e apropriadas por ela,
que representam soluções para inclusão social e
melhoria das condições de vida”.

Microsoft Educação
Educação de alta qualidade é a base para
o crescimento pessoal e representa o alicerce
do sucesso das nações. Há muitos desafios a
serem superados para atingir esse objetivo. É
preciso investir no aperfeiçoamento do currí-
culo escolar, ampliar o número de educado-
res com formação qualificada e garantir o di-
reito de acesso universal a uma educação de
qualidade.
Na área de acessibilidade, o desafio e a
oportunidade não são diferentes. A qualifi-
cação dos professores para atuarem com re-
cursos tecnológicos que permitam a inclusão
de pessoas com deficiência é fundamental
para que essa inclusão aconteça de maneira
produtiva.
A Microsoft acredita que é possível trans-
formar a educação desde que se ofereçam
essas condições, aliadas a uma política de re-
alização de parcerias, complementada com
os recursos tecnológicos mais adequados para
o processo de ensino-aprendizado.
Em conjunto com seus parceiros educaci-
onais, a Microsoft trabalha para encontrar as
melhores soluções e ferramentas tecnológicas
para transformar a educação.




Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008











Programa InfoEsp

O Programa Informática, Educação e Necessi-
dades Especiais (InfoEsp), das Obras Sociais Irmã
Dulce, em Salvador, Bahia (www.infoesp.net), é
um programa educacional desenvolvido em am-
biente computacional e telemático, que foi implan-
tado em 1993 e atende aproximadamente a 120
alunos com necessidades educacionais especiais.
São alunos com deficiência intelectual, física (até
as mais severas) e/ou sensoriais (deficiência audi-
tiva e baixa visão), atendidos por uma equipe fixa
de quatro professores especializados.
O Programa desenvolve um trabalho comple-
mentar e não substitutivo ao trabalho escolar, tem
como missão promover, utilizando os recursos de
um ambiente computacional e telemático, o de-
senvolvimento das potencialidades cognitivas dos
alunos, entendidos como sujeitos do seu proces-
so de aprendizagem e construção de seus conhe-
cimentos.
E, com isso, torná-los mais autônomos no
equacionamento e solução dos próprios proble-
mas, utilizando de maneira eficaz seu raciocínio
lógico-dedutivo, capacitando-os para uma melhor
interação com as pessoas e com seu meio, além
de, para os alunos dos cursos técnicos oferecidos,
prepará-los para um trabalho efetivo.




Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008

Realização







APAE de Bauru

Criada há 43 anos, a Associação dos Pais e Ami-
gos do Excepcional (APAE) de Bauru (SP) é uma enti-
dade beneficente sem fins econômicos. Atua nas três
áreas: educação, saúde e assistência social. Oferece
atendimentos educacional, terapêutico, médico e
profissionalizante, por meio de seus programas de
Educação Especial, Centro de Reabilitação, Labora-
tório de Screening Neonatal (teste do pezinho), Ofi-
cina de Tecnologia Assistiva, Casa Lar e Centro Inte-
grado Profissionalizante (CIP).
É considerada instituição modelo na área de habi-
litação e reabilitação de pessoas com deficiências e
autismo, sendo referência de média complexidade,
pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e participando do
Programa Nacional de Triagem Neonal, atuando na
prevenção de deficiências com o Laboratório Especi-
alizado em Screening Neonatal (teste do pezinho).
A área da assistência social, integra os serviços de
educação e saúde no atendimento de pessoas com
deficiências, vulneráveis pela situação de pobreza por
meio dos programas Centro Dia; Centro de Convi-
vência e Abrigo Feminino.
Pela experiência adquirida nestes anos, somada a
filosofia inclusiva transformadora, ampliou suas ações,
sendo hoje reconhecida também pelo seu trabalho na
área de desenvolvimento de tecnologias.




59





Referências bibliográficas



ACESSO. Revista de Educação e Informática.
Secretaria de Estado da Educação. São Paulo. n.
15, Dezembro, 2001.

ALMEIDA, M.E.B.T.M.P. Informática e Educação:
diretrizes para uma formação reflexiva de
professores. 1996. 195 f. Dissertação (Mestrado
em Educação) Pontifícia Universidade Católica,
São Paulo, 1996.

ALMEIDA, M.E. Pro-info: Informática e formação
de professores. Brasília: Ministério da Educação,
SED, 2000, 2v.

AMERICAN SPEECH-LANGUAGE-HEARING
ASSOCIATION, Report: augmentative and
alternative communication, Asha 5, 1991, p.9-12.

AMERICAN ASSOCIATION ON MENTAL
RETARDATION. Retardo Mental: definição,
classificação e sistemas de apoio. Tradução: Magda
França Lopes – 10. Porto Alegre: Artmed, 2006.

APAE BAURU. Holos Sistema Educacional: manual
do usuário. Bauru: APAE de Bauru, 2006.

BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos.
Coordenadoria Nacional para Integração de Pessoa
Portadora de Deficiência. A Convenção sobre
Direitos das Pessoas com Deficiência Comentada.
Coordenação de Ana Paula Crosara Resende e
Flávia Maria de Paiva Vital. Brasília, 2008.

60










_______, Decreto nº. 5.296 de 2 de dezembro de
2004 – DOU de 3/12/2004.

________, Ministério da Educação. Secretaria de
Educação Especial. Política Nacional de Educação
Especial. Brasília: MEC/Seesp, 1994.

CAPOVILLA, Fernando C. Pesquisa e
desenvolvimento de novos recursos tecnológicos
para educação especial: boas novas para
pesquisadores, clínicos, professores, pais e alunos.
Boletim Educação/ UNESP, n. 1, 1997.

CARNEIRO, M.A. O acesso de alunos com
deficiência às escolas e classes comuns da rede
regular: possibilidades e limitações. Brasília:
Instituto Interdisciplinar de Brasília, 2005.

COLL, C. et al. O Construtivismo na sala de aula.
6. ed. São Paulo: Ática, 2004.

CRUZ, D.M.C. Brincar é estimular? Preensão,
função manual e sua estimulação em pré-
escolares com paralisia cerebral do tipo
hemiparesia espástica. 2006. 152f. Dissertação
(Mestrado em educação Especial) Universidade
Federal de São Carlos, UFSCAR, São Carlos.

FENAPAES. Educação Profissional e trabalho para
pessoas com deficiência intelectual e múltipla –
Plano orientador para gestores e Profissionais.
Brasília, 2007.


Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008




FREIRE, Fernanda M. P. Educação Especial e
recursos da informática: superando antigas
dicotomias. Biblioteca Virtual, Artigos e Textos,
PROINFO/MEC, 2000, www.proinfo.gov.br.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes
necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e
Terra, 1996. (Coleção Leitura, Paulo Freire).

GILLBERG, C. Infantile autism: diagnosis and
treatment. Acta Psychiat. Scand, V.81, p. 209-
215, 1990.

GLENNEN, S.L. e DECOSTE, D. C. Handbook of
augmentative and alternative communication. San
Diego, Singular Publishing Group, Inc, 1997.

ISO 9999, NORMA INTERNACIONAL, de 1998.
http://www.siva.it/ftp/en_iso_9999.zip, Acesso em
05/05/2006.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo, Ed. 34, 1999.

MOURA, E.W.; SILVA. P.A.C. Fisioterapia: aspectos
clínicos e práticos da reabilitação. São Paulo: Artes
Médicas, 2005.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. CID-10.
Tradução Centro Colaborador da OMS para a
Classificação de Doenças em Português. São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, 1994.

PETITTO, Sônia. Projeto e trabalho em
informática: Desenvolvendo competências.
Campinas, SP: Papirus, 2003.

SANTAROSA, Lucila M.C. “Escola Virtual” para a


Tecnologia Assistiva nas Escolas/2008




Educação Especial: ambientes de aprendizagem
telemáticos cooperativos como alternativa de
desenvolvimento. Revista de Informática
Educativa, Bogotá/Colombia, UNIANDES, 10(1):
115-138, 1997.

SASSAKI, R.K. Inclusão: o paradigma do século
21. Inclusão: Revista da Educação Especial.
Brasília: Secretaria de Educação Especial. V1, n.1,
out. 2005. p. 19-23.

SCHWATZMAN, J. C. Neurologia do autismo
Infantil. In: SCHWARTZMAN, J. S. ASSUMPÇÃO
JR. F. B. Autismo Infantil. São Paulo: Memmon,
1995. p. 17-70.

SMITH, M. A.; RYNDAK, D. L. Estratégias práticas
para a comunicação com todos os alunos. In:
STAINBACK, S. e STAINBACK, W. Inclusão: um guia
para educadores. Porto Alegre: Artes Médicas Sul,
1999 (tradução: Magda França Lopes).

TEIXEIRA, E. et al. Terapia ocupacional na
reabilitação física. São Paulo: Roca, 2003.

VALENTE, J. A. O computador na sociedade do
conhecimento. Campinas:
UNICAMP/NIED, 1999.

VALENTE, J. A. Aprendendo para a vida: o uso da
informática na educação especial. In. FREIRE,
F.M.P.;VALENTE, J.A. (Orgs.). Aprendendo para a
vida: os computadores na sala de aula. São Paulo:
Cortez, 2001. p.29-42.

VYGOTSKY, L. A formação social da mente. S.P.,
Martins Fontes, 1987.

61

E x p e d i e n t e


INSTITUTO DE TECNOLOGIA SOCIAL

CONSELHO DELIBERATIVO
Presidente
Marisa Gazoti Cavalcante de Lima
Primeiro vice-presidente
Roberto Vilela de Moura Silva
Segunda vice-presidente
Roberto Dolci
Membros
Laércio Gomes Lage, Maria Lúcia Barros Arruda,
Moysés Aron Pluciennik e Pascoalina J. Sinhoretto
CONSELHO FISCAL
Alfredo de Souza, Hamilton da Silva Guimarães
e Maria Lúcia Bastos Padilha
Suplentes do Conselho Fiscal
Marli Aparecida de Godoy Lima,
Débora de Lima Teixeira e José Maria Ventura
GERENTE EXECUTIVA
Irma R. Passoni
EQUIPE DE PROJETOS
Coordenador de projetos
Jesus Carlos Delgado Garcia
Equipe
Adriana Zangrande Vieira, Beatriz Rangel, Edison Luis
dos Santos, Eliane Costa Santos, Flávia Torregrosa
Hong, Gerson José da Silva Guimarães, Marcelo Elias
de Oliveira, Marcos Palhares e Vanessa de Souza Ferreira
Secretaria
Edilene Luciana Oliveira,
Maria Aparecida de Souza e Suely Ferreira
Estagiários
Nayara Pedrina da Silva
Paulo Augusto Villalba







ACESSIBILIDADE INCLUSIVA NAS ESCOLAS
Material de suporte ao curso “Recursos de
acessibilidade para a autonomia sócio-digital da
pessoa com deficiência nas escolas públicas”

Coordenação geral
Jesus Carlos Delgado Garcia
Teófilo Galvão Filho

Coordenação editorial
Flávia Torregrosa Hong

Textos
Teófilo Galvão Filho
Luciana Lopes Damasceno
Leda Maria Borges da Cunha Rodrigues
Luciana Marçal da Silva
Luci Regina Alves de Paula
Rose Maria Carrara Orlato
Vânia Melo Bruggner Grassi

Edição e revisão
Adriana Zangrande Vieira
Flávia Torregrosa Hong
Marcos Palhares

Edição de arte
Tadeu Araújo

Fotos
Apae Bauru
Catálogo da empresa Expansão
Programa InfoEsp das Obras Sociais Irmã Dulce

Microsoft | Educação
Rubem Paulo Saldanha
Gerente de Programas Educacionais



instituto de tecnologia social

Rua Rego Freitas, 454, cj. 73 | República | cep: 01220-010 | São Paulo | SP
tel/fax: (11) 3151 6499 | e-mail: its@itsbrasil.org.br w w w.itsbrasil.org.br
Conheça as iniciativas de educação: w w w.microsoft.com/brasil/educacao